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quinta-feira, 23 de maio de 2019

Viagem pela Europa/2019 - parte 19



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Bonjour!
Saímos cedo de Mulhouse, desta vez por rodovia pedagiada, pois a distância seria grande e não teríamos interesses intermediários até nossa próxima parada: a cidade de Beaune.
Parking em Beaune - San&Dan
À meia tarde chegamos ao Parking Charles de Gaulle (gratuito, permitido 24h, paga-se pelos serviços) e fomos até o Office de Tourisme, onde Srta. Elise nos recepcionou.
O edifício onde está o Office de Tourisme (Porte Marie de Bourgogne) já é uma atração: pois era um antigo comércio de vinhos e possui, além do atendimento ao visitante, o Museu de Belas Artes e a Maison des Climats (museu com a história da vitivinicultura da região, cujo clima favorece aos bons vinhos.
Parte das muralhas de Beaune - San&Dan

O antigo lavadouro, ao lado do rio - San&Dan

Portal e prensa para uvas, no Office de Tourisme - San&Dan
Bonitas edificações medievais - San&Dan

Simpática fachada de um banco - San&Dan
Caminhando pelo centro, fomos até a Collegiale Notre-Dame (séc. XII), com ampla e alta nave central, colunas largas, bonito órgão sobre a porta,.. Mas o importante da visita à Igreja é a imensa tapeçaria, situada nas paredes atrás do altar, que conta a história da vida da Virgem Maria. Uma série de 05  painéis (tapeçarias), com mais de 30 metros de extensão (por 1,90m altura), no estilo "mille fleurs" em lã e seda,  foi confeccionada, ponto por ponto, no séc. XV (mais de meio milênio!).
Igreja Collegiale Notre-Dame de Beaune - San&Dan
Nave central, com belas colunas - San&Dan

O que restou do antigo claustro - San&Dan

Pequena parte das tapeçarias - San&Dan
O dia seguinte, amanheceu lindo de céu azul, fomos passear na principal atração de Beaune (além dos vinhos):  o Hôtel-Dieu ou Hospices de Beaune (antigo hospital para os pobres) e que nos surpreendeu por sua história e magnitude.
Foi fundado em 1443 por Nicolas Rolin (conselheiro do Duque de Borgogna) e sua esposa: Guigone de Salins Ali investiram, juntamente com alguns doadores na construção de um hospital para pobres. Mais que mero hospital, ele (Nicolas) queria um verdadeiro palácio para estas pessoas menos favorecidas. O telhado da ala para os pobres é recoberto de ardósia, as outras alas são recobertas com telhas multicoloridas, que constituem um dos destaque da obra. 
Fachada principal do Hôtel Dieu Beaune - San&Dan

Uma vista panorâmica do pátio interno - San&Dan
Construiu uma ala com 30 camas e uma capela (em nichos individuais e independentes)  para atender aos que não tinham como pagar. Construiu outras alas para pessoas com posses (com lareiras aquecedoras), e mais outra série para doentes terminais, próxima à capela funerária.

Setor dos pobres (30 nichos individuais), com capela ao fundo - San&Dan

Ala dos que podiam pagar, havia até aquecimento por lareira - San&Dan
O hospital era provido do equipamento mais moderno para a época, com tudo o necessário para seu ótimo funcionamento. Freiras e atendentes eram admitidas após curso e treinamentos práticos,  um rio corria por baixo para levar os detritos e lavar piso e roupas, vários poços de água limpa, uma farmácia e laboratório (para preparar os medicamentos), cozinha para preparar centenas de refeições diárias,...  Conseguiu também uma parcela de terras, contígua, onde produzia galinhas e coelhos, além de vários legumes, verduras e frutas que serviam para a preparação da alimentação no hospital.
Observe-se que o atendimento médico e enfermagem era realizado por trás dos nichos, em acesso independente (um corredor), e eram fechadas as cortinas frontais.
Parte da cozinha e equipamentos - San&Dan

Utensílios para preparar medicamentos - San&Dan
Atualmente o Hospice de Beaune está em um edifício moderno, continua atendendo os mais pobres e, além de doações (de pessoas e empresas) e faz todos os anos um leilão dos vinhos produzidos em seu parreiral de uvas, onde toda a renda é revertida para o hospital.  Seus vinhos são famosos e caríssimos, podem passar fácil dos 500 euros a garrafa (!), conforme documentos do último leilão  http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/mundo/noticia/2018/11/leilao-de-vinho-do-hospices-de-beaune-bate-novo-recorde-10645364.html.  Este último leilão de vinhos rendeu 14 milhões de euros!
Vinho dos Hospices de Beaune (uma garrafa atingiu 135.000 euros!) - San&Dan
Além de todo aparato e mobiliário do hospital, ainda há algumas obras de arte, como tapeçarias e pinturas, que ficaram por muito tempo esquecidas em porões, pois eram escondidas em períodos de guerras e conflitos.
Uma peça importante e belíssima é o Retábulo do Julgamento Final, pintado em 1445-1450 por R. Van der Weyden. Na pintura, Van der Weyden dissimulou o Sr. Nicolas e a Sra. Guigones. As cores vivas, as expressões dos salvos e dos condenados impressionam.
Retábulo Julgamento Final - San&Dan

Tiramos mais de uma centena de fotos, das quais selecionamos algumas para que  conheçam mais um pouco deste fantástico museu.
Remontagem de cena de atendimento - San&Dan

Local onde as freiras preparavam materiais e roupas - San&Dan

Pilões e balança, para produzir medicamentos exatos - San&Dan

Pilão com mais de 150kg! - San&Dan

Um dos muitos baús para guardar as roupas - San&Dan

Parte da tapeçaria "Filho Pródigo" - San&Dan
Foto do Hôtel Dieu durante a 2ª Guerra - San&Dan

Foto da antiga sala de cirurgia (já com aquecimento por água) - San&Dan

Deslumbrados com tal obra (edificação e história), voltamos para o motorhome, almoçamos e seguimos para a estrada, pois não permitem ficar mais de 24h naquela área de serviços.

Seguimos para a pequena cidade de Tournus (parking gratuito, serviços pagos), à beira do rio Saône.  Estacionamos e fomos ao Office de Tourisme, buscar mapas e informações.

Parking em Tournus, ao lado do rio Saône  - San&Dan
A cidade de Tournus é antiga, a maioria das edificações é do séc. XVII. No entanto, pelo que se pode observar, a cidade teve uma época áurea (séc. XVIII), e em seguida, uma decadência; poucos são os edifícios em boas condições de preservação (limpos, pintados, arrumados), se a comunidade não fizer um “mutirão de embelezamento da cidade”, em breve os turistas deixarão de visitá-la.
Torres e fachada da Abadia St. Philibert - San&Dan
Visitamos a Abadia Saint-Philibert (séc. XI-XV), estilo romanesco, recebeu algumas alterações ao longo dos séculos. Antes da construção da abadia, havia ali um santuário desde o ano 875.  O órgão parece estar “pendurado” na parede, está em fase de restauro. A cripta com colunas e altares (antigos túmulos).
Dimensões da Abadia (comparada às pessoas) - San&Dan

Mosaico de piso com meses e signos, encontrado atrás do altar - San&Dan

Parte da cripta - San&Dan

Colunas e órgão "pendurado" - San&Dan
Parte do claustro - San&Dan
Novo dia, fomos passear pelo indicado roteiro de caminhada, mas poucas são as edificações que realmente valem a pena ser vistas ou admiradas.  Visitamos uma exposição sobre a história da cidade, preparada pelos aposentados (fotos, documentos, reportagens), como eles viveram parte desta história, sabem contá-la muito bem.
Simpática enxaimel, no centro da cidade - San&Dan

Vista da Abadia desde a outra margem - San&Dan

Vista da cidade Tournus, também desde o outro lado do rio - San&Dan

Andando pelas ruelas - San&Dan

Hôtel de Ville - San&Dan

As roseiras começam a florir - San&Dan
À tarde, visitamos o Museu da Bicicleta – Musée Du Vélo (www.enviesdevelo.com). Instalado em uma antiga fecularia (edifício característico e antigo), são 600m2 de exposição, mais de 200 bicicletas e milhares de objetos relacionados (placas, miniaturas, cartazes, fotos, gravuras, faroletes,...).
Algumas chamam a atenção como as de grandes rodas, as Draisienne (sem pedais, impulsionada pelo movimento das pernas no chão), táxi-bicicleta, bicicleta dobrável do ano de 1895 (!), bicicletas de campeões de corridas, outras com "pneus" metálicos (de molas)  usadas na guerra. Uma verdadeira viagem no tempo.  E, no final da visita, é possível pedalar em algumas bicicletas do museu.
A curiosa Draisienne, sem pedais - San&Dan

Bicicletas e triciclos infantis - San&Dan

Faroletes de vários tipos (querosene, carbureto,...) - San&Dan

"Pneus" de molinhas, usados na Guerra - San&Dan
As grandes rodas, chamadas aqui  "Gran Bi" - San&Dan

No cartaz, observa-se que não era fácil manejar - San&Dan

Táxi bicicleta, usado em Paris no pós-Guerra - San&Dan
Em seguida, fomos visitar o Hôtel Dieu (Hospices) de Tournus (Hospital para pobres).

Fachada do Hôtel Dieu em Tournus - San&Dan

Portal de acesso ao Hospices - San&Dan
Construído em meados do séc. XVII, foi inspirado no Hotel-Dieu de Beaune, porém, aqui em Tournus haviam três alas para atendimento: homens, mulheres e militares.  Possui menos requinte, mas o mobiliário é original do período. O atendimento médico e enfermagem era também realizado por trás dos nichos, como no Hotel-Dieu de Beaune .

Todas as alas continham aquecimento - San&Dan
Ala das mulheres e dos homens (vista de cima) - San&Dan

Também haviam um herbário (ervas medicinais) e uma aphoteca (farmácia), além de cozinha, capelas, e todas as demais necessidades do hospital.
Antigo herbário supria a farmácia - San&Dan

A aphoteca, com dezenas de jarros nominados - San&Dan
Sala onde preparavam os pratos para as refeições - San&Dan

Junto ao Hotel Dieu, está instalado o Museu Greuze, que contém pinturas, esculturas e peças arqueológicas encontradas na região.
Parte dos objetos arqueológicos - San&Dan

Machados de vários períodos - San&Dan
Novo dia e fomos para a estrada, mas fica para a próxima.

Dedicamos esta postagem aos colegas Ronaldo e Maria Moura (Rio de Janeiro-RJ), auguramos que tenham muitas viagens, e quiçá, incentivados a visitar o Velho Mundo.

Até logo!
Hôtel Dieu em Beuane - magnífico hospital  - San&Dan 

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