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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Viagem agosto/2011 (parte 1)

Olá!

Após alguns dias de “ajustes” no mhome: instalação da câmera de ré, melhoria da antena de TV e alguns outros detalhes, estamos novamente nas estradas.

Estávamos em dúvida sobre qual destino seguir (novamente ao Sul ou ao Norte). Como alguns colegas iriam para Caldas Novas-GO, decidimos acompanhá-los. Infelizmente, um problema na estrada os impediu de seguir viagem. Mesmo assim, mantivemos a decisão de ir para o Norte, porém até Minas Gerais. Com certeza o Ser Supremo nos guiaria pelos melhores roteiros.

Saímos de Toledo-PR, com o astro rei nascendo lindo atrás dos morros, seguimos pelas estradas do interior até chegarmos a Cruzeiro do Oeste (PR-323), onde abastecemos diesel no Posto Ipiranga (R$ 1,925/litro). Continuamos, passando por Cianorte, Maringá, Londrina e, 30km depois passamos pelo pedágio mais caro até agora: R$ 20,00.

Como a buzina não funcionava, ao pararmos para fazer um café, em Cornélio Procópio-PR, conferimos o fusível e, verificando os fios  descobrimos o desagradável motivo: o mecânico da concessionária Iveco (onde havíamos trocado lubrificante na semana passada), ao colocar os filtros rompeu o fio de ligação da buzina. Tem sido comum: todos os serviços realizados na concessionária sempre promoveram algum estrago: (válvula de pneu rompida, abraçadeira da turbina solta, condensador esquecido aberto, filtro do diesel vazando, parte frontal com grade e faróis soltos,...). Parece que fazem de propósito para ter o que consertar, cobrar e irritar o cliente.

Durante todo o dia fez bastante calor, e a umidade do ar muito baixa. As 18h chegamos ao posto Graal Paloma (SP-225), após Santa Cruz do Rio Pardo-SP, onde abastecemos com bandeira Shell com preço de R$ 1,90/litro.

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O pôr-do-sol já estava presente, havíamos rodado 600km em um dia. Olhamos o posto com mais cuidado, e vimos chuveiros limpos, local seguro, restaurante com internet wi-fi,.. optamos por pernoitar ali mesmo. Ao ligar o cabo de energia, oferecemos uma “marmita” para um maltrapilho que carregava todos os seus pertences em dois pequenos sacos. Ele não havia pedido a comida, apenas veio conversar e, num português correto, informou que estava há dias caminhando para tentar chegar em casa. Optamos por nominá-lo “seu José”.

No dia seguinte, acordamos cedo e o “seu José” veio se despedir, agradecendo e perguntando de onde éramos. Dissemos que morávamos perto de Foz do Iguaçu e ele nos surpreendeu e emocionou: citando TODAS as cidades desde Foz, passando por Ponta Grossa até chegar em Bauru-SP!!! Em ordem sequencial, sempre em elogiável e correto português! Comovidos, presenciamos mais uma maravilhosa obra do Criador, disponível a todos os que conseguem admirá-la, envolta nas surradas vestes, alheia a todos os modismos e convencionalismos. Algo como um imenso diamante enrolado em papel de embrulho.

001 S C Rio Pardo

Concluímos que, se alguém retirá-lo desta vida, lhe der um banho, casa, tranquilidade, ele não conseguirá sobreviver nem memorizar tantas informações. Sua patente evolução é resultado de sua vivência e sua nobreza interior irradia luz e bondade. Promovemos ele a “Seu José, um digno douto”.

Fotografamos o ambiente, que é um bom local de parada. Não é de todo silencioso, pois atende 24 horas, mas bastante seguro e tem, praticamente, tudo que precisamos.

004 S C Rio Pardo  010 S C Rio Pardo  alt

Continuamos na SP-225, sentido a Bauru. Paramos em Piratininga-SP, pois tínhamos informações que possui águas termais. Visitamos o parque (que é grande, relativamente cuidado e organizado), mas agora, na baixa temporada várias atividades estão desativadas. Para os mhomes há um espaço dentro da área das termas, mas com pouca sombra e apenas um ponto de energia. Os valores praticados hoje são R$15,00 para o mhome e R$35,00/dia/pessoa. Decidimos por seguir viagem, pois o preço é alto, considerando as condições oferecidas (comparado a outros locais que conhecemos).

Em Jaú-SP fomos ao Jau Serve (supermercado), comprar algumas coisinhas necessárias e alimentos prontos. Olhamos o mapa e guia e vimos a cidade de Brotas-SP com alguns atrativos interessantes. Rumamos para ela.

Ao chegarmos a Brotas começamos a gostar da cidade: lindos prédios antigos e muitos bem preservados, cerca de 30 mil habitantes, muitas cachoeiras. Falamos com 5 pessoas (pedindo informações diversas) e TODAS nos atenderam gentilmente.

Indicaram o Camping Jacaré (http://www.campingjacare.com.br), pertinho do centro e do Parque dos Saltos, onde fomos muito bem recebidos pelo Sr. Luiz e Sra. Vera. Possui agradável área ampla de camping, com cabanas e apartamentos, lanchonete, piscina e wi-fi.

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Após nos instalarmos, saímos a caminhar pela cidade: fotografamos prédios antigos, visitamos a prefeitura (falamos com o Sr. Jorge, secretário de cultura), fomos à Igreja matriz (N. Sra. das Dores), visitamos o cinema São José (recuperado recentemente pelo cantor Daniel, natural da cidade), visitamos lojas de artesanato...

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Muitas pessoas falaram conosco, na rua, praça e igreja, conversaram bastante, sempre gentis e sem pressa. As 17:45h, ao voltar para o camping, ficamos surpresos: não há congestionamento no trânsito. As ruas são (em sua maioria) de mão única, o que facilita a circulação e o estacionamento (que é paralelo, ao contrário de nossa cidade: oblíquo).

No dia seguinte, fomos passear no Parque dos Saltos, realmente muito bonito e, embora no centro da cidade, com água limpa, sem poluição ou odor ruim.

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Conforme havíamos combinado no dia anterior, fomos visitar a coleção de fuscas do Sr. Fred. Conversamos bastante, vimos alguns exemplares já prontos, como um lindo verde amazonas 1966. A maioria de seus veículos ainda será recuperada.

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Novamente, uma “força Superior”, uma indução celestial, nos guiou até a residência do Décio e esposa Andreia, que recuperam automóveis antigos e vendem peças (www.pecasdecarrosantigos.com.br). Nossa agradável conversa começou sobre os carros antigos, depois derivou para peças, Uruguai, viagem, mhome, pequenas afinidades...

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Conversamos muito e nos identificamos tão bem (eles conosco e vice-versa), que nos convidaram para saborear um bolo de aniversário (Andréia), à noite!

Fomos almoçar no restaurante Camillo (ao lado da praça), que serve também por quilo. Depois fomos ao Museu do Calhambeque, com alguns automóveis antigos e outras peças interessantes. Demonstra carecer de maior cuidado com a limpeza e preservação de todas as peças. O espaço não é isolado contra poeira, sol, chuva, o que deteriora mais rapidamente os históricos itens já desgastados.

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Voltamos para o camping para descansar um pouco. Conversamos com alguns ingleses e italianos, lá hospedados, que estavam passeando pela cidade. À noite, fomos à casa do Décio e Andréia, para a alegre confraternização, com deliciosas pizzas. Depois saboreamos um gostoso bolo de musse de café e chocolate. O simpaticíssimo casal nos emocionou com o aprazível encontro.

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No dia seguinte saímos de Brotas, já com uma ponta de saudade. Continuamos na SP-225, mas ao acabar a pista dupla (e pedagiada), no trecho desde antes de Analândia até Aguaí, a rodovia piora muito, precisamos reduzir a velocidade para 30km/h, as vezes trafegar na pista contrária ou até no acostamento: muitos defeitos, remendos e buracos. Uns sofríveis 100km, depois volta a melhorar novamente.

Pesquisamos na internet e mandamos e-mail para um camping em Águas da Prata-SP, que pareceu ser bom, então fomos até lá: Camping Paiol. Ao chegarmos vimos um local interessante, tranquilo, com piscina, cachoeira, um pouco simples, mas silencioso, ideal para ler e descansar. Fizemos almoço e tentamos descansar um pouco, mas fomos impedidos por barulhentos carros que começavam a chegar ao camping: com bagageiros abertos para propagar mais os ensurdecedores “tunc, tunc, tunc”, entre conversas gritadas. Decidimos por sair imediatamente, este tipo de convivência não nos agrada.

Com muito calor, atravessamos a divisa com Minas Gerais e, a primeira cidade que lembrávamos para pernoite era Poços de Caldas-MG, para onde fomos. Procuramos pelo Garden Parking (no centro, perto das Thermas Antonio Carlos), e o Sr. Ronaldo nos permitiu estacionar novamente (com energia elétrica), pois estivemos lá em 2008. Caminhamos um pouco, passeamos de charrete e, no final da tarde, tomamos um relaxante banho no Thermas.

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Nas Thermas Antonio Carlos, existem salas para fisioterapia, com aparelhos alemães, fabricados no início de 1900

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Domingo, dia dos pais, fomos à feirinha de arte e artesanato de Poços de Caldas, depois ao Shopping acessar internet wi-fi. Aproveitamos para ir ao supermercado e, seguimos para Caldas-MG, que vimos via net que tem camping.

O camping é o Bosque das Fontes, em Pocinhos (uns 15km de Caldas), mas a área destinada ao camping demonstra algo abandonada, além do valor elevado (pediram R$ 60,00 por dia). Além disso, a senhora que nos recebeu foi bastante grosseira, limitando-se a informar o valor, perguntando “vão ficar ou não?” Com nossa negativa decorrente do elevado valor, virou as costas, irritada.

Voltamos para Caldas e almoçamos no mhome, na praça da cidade. As 13:45h, seguimos viagem até Pouso Alegre-MG. Depois de Ipuiuna, com a rodovia em obras, diminuímos muito a velocidade. Embora em restauro, a estrada não apresenta buracos ou crateras. As paisagens são lindas, com curvas acentuadas, serpenteando pela serra.

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Seguimos viagem e, em Pouso Alegre tentamos parar para descansar e pernoitar, mas a cidade é maior, trânsito difícil. Apenas fotografamos e continuamos a viagem passando por Piranguinho (terra do pede moleque!) e Itajubá. Pernoitamos em Maria da Fé.

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Nos arredores de Maria da Fé, a altitude já é de 1.260m e, de acordo com o jornal local, foi a cidade mais fria da região durante esta noite (8ºC). A cidade vive basicamente de agricultura (café), o que caracteriza habitantes mais humildes. Pernoitamos estacionados próximo ao pequeno quartel da Polícia Militar.

Seguimos viagem com a intenção de chegar a São Lourenço, mas antes fizemos uma parada em Cristina. Cidade antiga, com muitas e acentuadas ladeiras. Fotografamos a igreja, prédios e a desativada estação de trem, hoje museu.

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As 11h chegamos em São Lourenço-MG, terra das águas. Estacionamos perto do belíssimo Parque das Águas e fomos à feirinha de artesanato, onde compramos camisetas. Almoçamos no restaurante Casarão, comida típica mineira, uma delícia, por quilo ou livre. Porém o inconveniente foi um ativo fumante dentro do restaurante, nociva conivência com a permissiva direção, que nos obrigou a mudar de mesa, carregando pratos e bebidas, em pleno almoço.

Após o almoço, fomos procurar nossos colegas Sérgio e Aparecida (Kombi Westfalia). Apenas nos conhecíamos pela internet (acompanham nosso blog), mas ao encontrá-los, pareceu já nos conhecer a bom tempo.

Aparecida fez pães de queijo (mineiros) e um bolo de fubá cremoso, deliciosos. À tardinha fomos caminhar um pouco na cidade, que surpreendeu pelo agitado movimento nas ruas: muitos carros e ônibus; apesar de ter apenas 50 mil habitantes (aproximadamente).

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Dia seguinte, estacionamos na frente do parque das águas e passamos a manhã toda caminhando e provando das várias fontes de água. O parque surpreende pela beleza, dimensão, organização e limpeza.

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Possui várias fontes de água mineral, com propriedades diferentes (ferruginosa, alcalina, carbonatada, etc.). Há um restaurante (apenas buffet), lojinhas, lago com pedalinhos e, claro, o majestoso balneário, onde oferecem banhos diversos e massagens.

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Almoçamos no shopping da cidade e aproveitamos para visitar a igreja, muito imponente.

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À tarde voltamos para a casa do Sérgio e Aparecida, conversamos, pedimos informações sobre campings e lugares, vimos fotos e fomos descansar para, no dia seguinte sair cedo para Guaratinguetá (Clube dos 500).

Saímos de São Lourenço-MG, por rodovias sinuosas, mas em bom estado de conservação, com exceção dos trechos em São Paulo, até chegarmos à BR-116 (Via Dutra).

Paramos no Posto Graal Três Garças para lanchar e acessarmos internet, que estava um pouco difícil, mas com auxílio do Sr. Michel (supervisor), tudo funcionou. Abastecemos diesel (R$ 1,839 /litro). Seguimos pela Via Dutra, com muito movimento, caminhões em alta velocidade e intenso calor. Desistimos do Clube dos 500 e optamos em ir para a praia de Ubatuba-SP.

Em Taubaté-SP seguimos pela esquerda (SP-171) para ir pela estrada da serra, a qual nossos colegas já alertaram: é muito sinuosa. Ao longo da rodovia várias placas indicavam a proibição para ônibus e caminhões, e “DESÇA COM A 1ª OU 2ª MARCHA ENGATADA!”

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Ao chegarmos ao começo da serra descortinamos uma visão belíssima: mar e ilhas!.

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Bom, estávamos contentes com as curvas anteriores, mas não sabíamos o que nos esperava, o GPS mostrava cotovelos, curvas com cantos, e a altitude 1.000m.

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Descemos cerca de 1.000m em apenas 12km, com o motor em alta rotação e, normalmente, em reduzida 2ª marcha, intermitentemente auxiliado pelo freio.

A serra é linda, as paisagens são belíssimas, existem alguns pontos de parada para socorro. Mas é diferente das rodovias que já havíamos passado (incluindo a Graciosa-PR), as descidas são extremamente íngremes e as curvas realmente muito fechadas. Em muitas curvas, o alerta “co-piloto” tem de visualizar com atenção, pois é necessária invasão na pista contrária para manobrar.

Havia pouco movimento o que facilitou bastante, mas imaginamos que subir esta serra deve ser quase impossível, em função das curvas e a invisibilidade de carros em sentido contrário. Acreditamos que a opção para subir e para caminhões (ou mhomes maiores) é pela SP-099 (dos Tamoios), o que deve aumentar o movimento por lá.

À tardinha chegamos em Ubatuba, fizemos uma parada rápida no supermercado e fomos procurar os campings indicados. Apenas o camping do CCB (20km) estava funcionando. Bem cuidado, com vários trailers e mhomes estacionados, embora poucos ocupados. Nosso vizinho de fundos é o Atlântico, com água calma, transparente,.. uma turquesa viva e líquida.

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Esperamos aqui poder nos recuperar das longas jornadas, com tranquilidade, caminhando pela areia da praia, lendo os vários livros que trouxemos e, importante, estabelecendo mais e ótimas amizades.

Ainda não sabemos quantos dias ficaremos por aqui, mas torcemos para que sejam belos dias de sol, abençoados pelo Criador.  Até logo!

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