Orientações

.

Orientações para auxiliar na viagem pelo Blog :

Naveguem pelos marcadores (palavras-chave) ao lado e, ao abrir uma das viagens

ou contos, atentem para o título (que indicará a data da viagem).

Obrigado e boas viagens ...


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Viagem set-out/2013 – Final

 

Olá!

Após uma boa noite de sono no Posto Petrobrás de Dolores (Uy), seguimos pela Ruta 21 e depois pela 24, cuja maior parte já foi recuperada e, em alguns trechos com camada de concreto. Poucos km antes de chegar na Ruta 3 continua ruim (buracos e imperfeições).

Em Paysandu, fomos no “Ta-tá” abastecer despensa, fazer câmbio (conseguimos R$1 = PU$9,20), o melhor até agora. A temperatura começando a esquentar, demonstrando que a primavera finalmente chegou…

Chegamos em Guaviyu às 14:30h, diária PU$ 300 (R$ 33) estacionamos do lado da piscina coberta e ficamos uns 20 min “mergulhados”. Depois fomos para a área de camping procurar um bom lugar para estacionar. Havia chovido bastante, nos lugares baixos ainda havia água empoçada.   Novo dia, sol e céu azul, lavei camisetas, passamos aspirador de pó no mhome, arejamos cobertores e travesseiros.

600 guaviyu a 601a

Próximo ao mhome, Dan encontrou muitas flores com três pétalas, cor lilás e disse lembrar-se de, quando criança, cavoucar a terra e retirar uma “cebolinha” comestível na raiz. Colhemos as cebolinhas: forma de bulbo e um leve gostinho de amendoim.

598 599

Fizemos almoço, descansamos, fomos na piscina,… coisas de Guaviyu. Chegou um casal de franceses (Genevieve e Bernard), com um Toyota Cruiser, que havíamos encontrado na Estância Arenas, há alguns dias. Trocamos algumas informações e endereços,  estão seguindo para a Bolívia e depois Ushuaia!. 

602 flores estrada

Organizamos o mhome, demos mais um mergulho na piscina e, às 10h saímos de Guaviyu. Fizemos parada em Salto para abastecer geladeira e fazer câmbio, pois queremos ficar uns dias em Arapey e lá não há variedade de produtos.  Rodovia tranquila, às 14:30h chegamos em Arapey, que está cobrando PU$ 350/dia (R$38,00).

Estacionamos no setor 9, e após 43 dias de viagem abrimos o toldo!!. Encontramos alguns mhomes brasileiros, fomos à piscina, uma boa caminhada…

603 Arapey a 612

Novo dia e aproveitei o belo céu azul para lavar roupas e limpar os tênis. Caminhamos, fizemos almoço, descansamos, acessamos internet na administração; lemos mais uns trechos do Mundo por Terra (Roy e Michele).  Fotografamos os jardins próximos da piscina coberta, que foram remodelados a menos de 1 mês.

O céu de brigadeiro nos fez ficar mais 1 dia e, enquanto Dan foi pagar mais uma diária, lavei mais umas roupas, pois até chegarmos em casa não teremos camping pelo caminho.  Para o almoço, pedimos merluza com fritas no Restaurante Paradise, por PU$170 (R$19,00), dois filés de merluza e bastante batata, que entregaram no mhome!.

623 619

À tarde, após descansar(!), um vizinho comentou que umas kombis “quadradas” entraram, com um “bauzinho” em cima, bem bonitinhas. Qual nossa feliz surpresa ao descobrir que eram os colegas Ruy e Marlene (Novo  Hamburgo) e  Regis e Lourdes (São Leopoldo).

Nos “mudamos” para perto deles, para conversar e compartilhar o momento; claro que ficamos mais outro dia; compramos almoço (milanesas) e fizemos almoço coletivo; bate-papo; histórias; estórias…  À tardinha um agradável café conjunto.

632 633 mesa

Infelizmente, no domingo vencia nossa Carta Verde (seguro internacional), tínhamos que sair do Uruguai; nos despedimos e seguimos viagem. Uma paradinha em Bela Unión comprar alguns produtos regionais (geléia de frutas Nietitos, queijo, vinho, iogurte); fomos num free shop e, com bom preço, compramos vinho e licor.

As 11:30h entramos no Brasil, calor, baixa umidade do ar e vento forte. Este foi o cenário até Uruguaiana, onde abastecemos no Posto Petrobrás R$2,339/litro. Depois fomos para o centro almoçar numa sombra.

Retornamos para a rodovia BR-472 e depois pela BR-285, seguindo para Itaqui, São Borja… Vento mais forte, calor quase insuportável; raríssimos locais de parada e nenhum posto de combustível. Retas que faziam a paisagem ficar monótona e o vento mais forte. Passamos pela ponte longa e estreita, controlada por semáforo…

634 uruguaiana 636a

  638 ponte itaqui 639a

Após rodarmos 180km, pouco depois da entrada de São Borja, encontramos um posto: Petrobrás, amplo, limpo, banheiros e chuveiros (limpos e grátis para quem abastece). Como passava das 17h, tomamos um bom banho, para tirar todo o suor e cansaço.

O sol estava alto, optamos por seguir mais um pouco pela estrada, agora já não estava tão quente. Pernoitamos em São Luiz Gonzaga, perto dos Bombeiros, a cidade parece ser tranquila.

Durante a noite, ouvimos a chuva começar a cair, alguns ruídos que pareciam vento. Pela manhã, soubemos que várias cidades haviam sido afetadas pela tempestade (Uruguaiana, Santa Maria, Santa Rosa, Santana do Livramento, São Borja). Granizo e ventos que derrubaram árvores.

Seguimos viagem, com chuva, por vezes muito forte, mas o vento já não incomodava tanto. Que contraste: do extremo calor de ontem e o friozinho e muita chuva de hoje.  Em Panambi fizemos uma paradinha no belíssimo Museu Militar Brasileiro (www.museuacmmb.com.br), do amigo Sefferson Steindorff. Como era segunda-feira, estava fechado, mas Dan foi até lá conversar um pouco com ele e pode visitar parte. A quantidade de veículos militares e equipamentos é indescritível; até dois Boeing 737-300 ele tem…

640 steindorf 641

642 643

Ele também comercializa peças para veículos e viaturas militares, de várias marcas e modelos (www.steindorffviaturas.com.br).  O museu foi configurado como associação cultural, com centenas de exemplares raros e restaurados, para a preservação da memória e história militar, principalmente a brasileira.

Seguimos mais um pouco até Palmeira das Missões, onde fizemos parada para procurar restaurante, comer uma boa salada… Vimos um que parecia bom, mas ao perguntar se serviam comida em quilo, se pesavam a comida, a dona grosseiramente respondeu “aqui não!, no meu restaurante não!”.

Caminhamos meia quadra e, no restaurante Churrasco na Brasa, ambiente bem simples e caseiro, servem buffet livre e por Kg! Nos receberam de modo bastante gentil. Almoçamos, e na saída do restaurante, um senhor nos perguntou sobre os nossos Fuscas!!  Ele também é de Toledo, mas viaja bastante para esta região.

574

Continuamos viagem, com chuva que não dava trégua; ainda bem que havia pouco trânsito. Em Iraí paramos para fazer um café e continuamos na estrada. Chegando na BR-282 (Santa Catarina), fomos por uma rodovia secundária (Campo Erê) que já havíamos passado e, apesar de estreita, era tranquila.

Infelizmente, os caminhoneiros descobriram esta rodovia, que não tem acostamento nem postos de combustível. Fila de caminhões à frente e atrás, muitos automóveis e algumas carretas afoitas. Logo tivemos que parar: um caminhão tombou numa das muitas curvas.  Esperamos meia hora até liberarem a rodovia.

Rodamos até encontrar um local (frente de um comércio) onde estacionamos por uns 30min, deixando a imensa fila seguir. Quando tudo estava mais calmo, continuamos nossa viagem, mas logo já haviam carretas à frente e atrás de nós novamente. Fomos assim até a BR-280, onde estas carretas seguiram para Cascavel .

Chegamos em Francisco Beltrão e fomos direto na Mecânica Avenida às 19:15h, onde havíamos programado a revisão do Iveco para o dia seguinte. Ali estacionados, jantamos e dormimos. 

PA226477 PA226478

A Mecânica Avenida já é conhecida pelos bons serviços prestados. Realizada revisão geral (troca de óleo e filtros, revisão de freios e suspensão,..). Às 11:30h, já concluido, almoçamos no restaurante do Supermercado Ítalo e pegamos a estrada…

Em Realeza paramos no Posto Stop (abastecimento, internet, pão de queijo, café); alguns colegas contataram, convidando e, após analisar prós e contras, rumamos para Foz do Iguaçu. Lá haveria o Encontro Amigos das Cataratas (organizado pelo Valdemar Carpes e esposa Adir). Fomos até o Termas das Cataratas (local do encontro), que estava ainda em fase de organização (ligação de luz, água, etc.). 

Pernoitamos lá, e no dia seguinte, a convite dos amigos que chegaram, fomos para o Hostel e Camping Paudimar, com acesso pela Avenida das Cataratas  (http://www.paudimar.com.br/).

PA266491 PA266492

O hostel/camping possui ampla área verde, piscina, banheiros completos (vestiário, duchas, secador de cabelo), cozinha coletiva, restaurante e, o valor da diária (R$20) inclui um bom café da manhã.  Lugar tranquilo, apesar de estar com bastantes hóspedes.

PA266495 PA266498

Ficamos poucos dias, mas fomos passear na Argentina (Puerto Iguazu); outro dia no Paraguay (sempre se compra alguma coisa…). Noutro dia fizemos um almoço coletivo (macarrão com molho e saladas),  bem saboroso. Tambem almoçamos no restaurante do hostel, um prato para cada casal, suficiente e com preço acessível.

PA276507 PA276509

Conhecemos o casal Jayro e Sylvia (Nova Friburgo-RJ), em parada estratégica, pois seguiriam até Ushuaia!!. Numa das noites Sylvia tocou gaita e cantou no barzinho da piscina e até eu tive que entrar na “banda”…  Encontramos ali ainda belgas, suíços, austríacos, alemães, ingleses.  No domingo, chegaram outros 4 casais colegas de mhome; suficiente para adiarmos nosso retorno mais um dia. 

PA256487 PA266489

Novo lindo dia de sol e céu azul, após o café da manhã e emocionadas despedidas, fomos para a estrada novamente, chegando em casa logo após o meio-dia…

Foram 55 dias de viagem,  5.206km rodados, sendo 51km na Argentina, 1.886km no Uruguai e 3.269km no Brasil.   Nossas despesas foram: R$ 149/dia, ou R$  1,57/km. O valor foi um pouco elevado pois o diesel no Uruguai é R$4,17/litro e, como rodamos bastante por lá, abastecemos diversas vezes. Os preços de produtos alimentícios também estavam elevados, por vezes até o dobro dos brasileiros e tivemos ainda as despesas de revisão do Iveco e das “comprinhas” no Paraguay.

144 146 ita e luis

Foi uma viagem bastante variada: no começo o encontro com os amigos em Pomerode com mais de 340 mhomes; depois em Porto Alegre e Pelotas; a temporada de muito frio no Uruguai; a belíssima Autoclasica em San Isidro (Argentina); e o passeio pelas termas do Uruguai já com o calor da primavera e, para fechar, novo encontro com os amigos em Foz do Iguaçu.  Reencontramos muitos, fizemos novas amizades (uns com mhome outros “ainda” sem).

mapa set 2013 a

Agradecemos a Deus que novamente nos orientou por melhores caminhos, datas e roteiros, também nos apresentou as soluções quando aconteciam probleminhas.

Agradecer aos colegas do G7 e do Rodamundo, que nos receberam tão bem após quase um ano longe do grupo (desencontros, viagens, etc.).

274

Um agradecimento especial para a Graça e Renato, Leda e Neivo, Edgar e Vera, Mauro e Silvana, Getulio e Albertina, Marco e Sandra Thumé, Luiz Tostes e Luiza, Sra. Carmem (Iate Clube Guaíba), Suzy e Kau (Sertão Santana), Luis e Ita (Florianópolis) que nos “seguiram” de carro e são nossos novos amigos; Sr. Emilio Arenas e família que nos recebeu muito bem; Sergio e Aparecida (São Lourenço-MG) que encontramos em Colonia do Sacramento…

Enfim, a todos que de alguma forma nos alegraram em todo o período, tornando inesquecível esta viagem.

Desejamos que em breve façamos nova viagem, para “compartir con ustedes”.

Saludos y Hasta Luego!

465

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Viagem setembro-outubro/2013 – parte 6: Buenos Aires

 

Nesta postagem relatamos nossa ida à grande Buenos Aires (10.000.000 hab.) e a visita à “Autoclásica 2013”.

A travessia com o mhome, no Buquebus Eladia Isabel (3h) foi tranquila, sem contratempos. É um imenso catamarã (85m de comprimento e 7 pavimentos), estável, com cafeteria, free shop, cassino,... A bordo contemplamos um belo nascer do sol visto desde a popa.  

578 493

No desembarque, o fiscal da aduana apenas perguntou se éramos turistas brasileiros ou ambulância (logotipo da cruz no fundo verde!), e afirmou “adelante”. Logo na saída do Buquebus, há o estacionamento da Fundação Hospital Argerich (S 34º35,725’ W 58º22,144’) onde já ficamos outra vez (indicado pelos amigos Vanda e Paulo Vier).  Ali estacionamos, estrategicamente situados, custo de PAr 150 (R$ 63,00) por dia.

É um local seguro (área da Prefectura Naval), tem um ponto de água, mas não há energia elétrica nem local de despejo de esgoto. Nestes momentos, nosso investimento na placa solar (geradora de energia para as baterias) e no compressor Danfoss para a geladeira (instalado pela Refrináutica), compensam muito, tornando o mhome suficientemente autônomo.

 510 513 estac

Após as 9h saímos a passear a pé. Fomos no Terminal da Buquebus para tentar câmbio (U$1,00 – PAr5,16), mas desistimos pois no free shop do navio estava U$1,00 – PAr9,00!  Fomos até a Informações Turísticas, para conseguir mapas, dicas para ir à San Isidro (Autoclásica), passeios,.. mas estava fechada.

Caminhamos até a Calle Florida, onde, segundo o atendente do estacionamento, conseguiríamos câmbio melhor. Como não encontramos casa de câmbio aberta, perguntamos  numa banca de revistas, ao que o proprietário, muito gentil, disse que ele mesmo fazia: U$1 – PAr9,25!!! Quase o dobro que o câmbio oficial, uma característica desta fase argentina…

Ali perto, visitamos a “Galerias Pacifico”, um belo prédio, pinturas e detalhes nas paredes bastante elaborados. Almoçamos ali mesmo (fast food); tiramos algumas fotos, depois caminhamos até a outra Informação Turística indicada no mapa, e também, as atendentes “não vieram trabalhar”.

521 523 predio 

517 520

História da Galerias Pacifico: “no final do séc. XIX,  Francisco Seeber e Emilio Bunge queriam construir um Bon Marché Argentino (como havia na França); mas em 1890 a Argentina passou por forte crise e, em 1908 venderam parte do prédio para a ferrovia Buenos Aires ao Pacífico. No ano de 1945 o edifício foi remodelado, ganhando murais na cúpula central. Em 1989 foi declarado Monumento Histórico Nacional e em 1992 foi inaugurado o Centro Comercial e Cultural, tornando-se o Bon Marché tão sonhado”. 

Visitamos a Torre dos Ingleses (1916), a Estação Retiro (já foi luxuosa) e, com as informações de raros gentis argentinos (a atendente dos trens não sabia), tomamos o trem para ir a grande loja Sodimac (trem Retiro – Suarez,  estação Miguelete).

524 torre 527 est retiro

Porém, o trem que normalmente faz o trajeto em 30 min., demorou 1 hora. Em pé,  muita gente (não pessoas) entrando aos montes em cada estação; mau cheiro e sujeira são palavras doces para descrever o que vimos e sentimos; crianças esfarrapadas agredidas por adultos, nojentos vendedores ambulantes aos berros (biscoitos, tesouras, cartões, panos, etc.)  e enganadores pedintes de toda forma...

Enfim, chegamos à Sodimac, mas sem a variedade de produtos que vimos na loja do Chile, e com preços exorbitantes. Fomos ao Carrefour (ao lado), e logo nas primeiras gôndolas sentimos a situação da população argentina: tomates ao equivalente a R$30/kg (trinta reais!); beringela a R$11/kg; os queijos argentinos famosos e deliciosos, dificilmente encontra-se por menos de R$60/kg; cerveja a R$4/latinha, vinhos mais baratos (3ª linha), R$10/garrafa e melhores a mais de R$100!

528  529

Tudo: pães, massas, enlatados, frutas, carnes, produtos de higiene e limpeza,.. preços altíssimos. Para não “enfrentar” o trem novamente, pensamos em ir de táxi, mas o motorista disse que não poderia levar, pois estávamos fora da Capital Federal, embora na mesma urbe (não tem autorização para adentrar). Se andássemos 4 quadras, já entraríamos no invisível perímetro e poderíamos então pegar um táxi!  Encaramos então o trem, que desta vez, levou apenas 40 min. e estava menos lotado.

A pé, da estação Retiro até o estacionamento são uns mil metros, mas a dificuldade é atravessar as ruas e avenidas (3 ou 4 faixas de cada lado), lotadas de carros e caminhões o tempo todo e que não respeitam sinaleiras ou faixas. Frustrados e cansados, tomamos um banho restaurador, fizemos um lanche e fomos deitar cedo, descansar do estressante dia e das tantas presentes características da grande capital. Nosso passatempo foi ver os Buquebus chegando e partindo…

532 535

Novo dia, saímos a caminhar para visitar a Casa Rosada, Catedral, Cabildo, Mercado de San Telmo e a Importrailer (peças e acessórios para mhome e afins). Em todo o longo percurso eram raros os espaços sem sujeira, pixações (epidemia); pessoas revoltadas com a situação (principalmente econômica); os vendedores furiosos se você entra na loja e não compra; o taxista revoltado se o percurso for pequeno (sempre caro); os restaurantes e lanchonetes caríssimos, com péssimo atendimento.

Ao passar por ruas de comércio, até nas lojas de griffe, “puxam” os passantes para dentro: “liquidación, brasileño, vitrine chique, conosca”… Continuamente pessoas bem vestidas interpelam-nos querendo nos convencer a comprar algo (pacotes turísticos, bugigangas…).  Chegamos na Importrailer às 12:50h (o comércio não fecha ao meio dia), mas só abriu às 14:30h.  Cansados de esperar, espantamo-nos com os preços: fechadura para porta R$ 800,00; aquecedor para água R$ 3.900,00; pequena grade de ventilação R$60,00 (no Chile, compramos por R$2,50).

536 BA 538

543 cs rosa 546

No retorno ao centro, visitamos  a histórica Confiteria Ideal (citada em outra publicação), ambiente desleixado, atendimento indolente e preços exorbitantes: pequena fatia de torta de ricota com refrigerante de 230ml por R$ 23,00.

Sempre evitamos relatos negativos, mas supomos conveniente alertar aos colegas interessados em percorrer o país nesta perversa fase que estão atravessando. Quando estivemos aqui, em maio do ano passado, tudo era muito melhor (atendimento, alimentação, preços, limpeza, trânsito); conseguíamos circular tranquilos, sem este alvoroço de trânsito; não havia tanta sujeira nas ruas, nem o flagrante estresse da população. É impossível imaginar como conseguem a mínima subsistência (alimentação, vestimenta, transporte,…) com tal relação de custos.

Conversamos com argentinos professores universitários, economistas,… os quais foram unânimes em afirmar que não haverá solução sem radical mudança de governantes.  Esperamos que tal situação argentina seja resolvida e, que nós, brasileiros não tenhamos também tais calamitosas decorrências. 

Prevíamos retornar ao Brasil pelo nordeste da Argentina, via Entre Rios, uns 400km até Concordia (AR) e atravessar a ponte para Salto (UY). Aquela região é conhecida pela extorsão de alguns policiais rodoviários, e agora, com tal crise financeira, o desonesto procedimento tende a piorar.  Analisadas as possibilidades e viabilidades, decidimos alterar o roteiro e marcar o retorno de B.Aires (AR) para Colonia (UY). Adquirimos as passagens e a “bodega” para o mhome (já mais caras), para o domingo às 10h.

549 515 limpa vidro

O grande objetivo, que nos fez vir até B. Aires foi a Autoclasica Argentina, realiza-se todos os anos no Hipódromo de San Isidro (uns 20km ao norte de B.Aires), normalmente perto do feriado de 12/outubro. Alguns colegas que já participaram diziam que era ótima, sempre planejávamos, e desta vez, aqui estamos!

Estavam lá expostos mais de 600 automóveis e motos antigos; havia feira de antiguidades e de peças raras para tudo que se possa imaginar de carros, motos  e bicicletas.  A exposição abria as 10h e fechava as 18:30h; nós passamos o dia inteiro andando, parando apenas para almoçar, e ainda faltaram coisas para serem vistas!

Logo na entrada, encontramos uma turma de Chapecó-SC, alguns caxienses, paulistas… Começamos pelas dezenas de lojas de peças (autojumble): brinquedos, lampiões, ferros, maquininhas de costurar; motores, miniaturas, camisetas, frisos, borrachas, bancos, faróis, partes de lataria, rodas, pneus, buzinas… 

PA126153 PA126157

PA126160 PA126150

Carros de competição (déc. 1920), Porche, Jaguar, Rolls Royce, Cord, Ford T e A, Bugatti, Fuscas, veículos militares, Fiat 500, Isetta, Morris, Gordini, DKW, BMW, Mercedes, Citroen, Peugeot, Renault, MG, Alfa Romeo, Austin,  e alguns raros e estranhos como Zunder, Iame, Borgward, Kaiser, Gogomobil, Clement, Messerchmit, entre muitos outros… Motos e bicicletas de vários tamanhos: BMW, Harley, Honda, Indian; de poucas ou muitas cilindradas.

PA126165 PA126177

PA126195 PA126193

PA126307 PA126309

Montaram também espaços para clubes de automóveis; acessórios; produtos de limpeza; capacetes e roupas especiais; carros novos; locais temáticos como oficina e estação de serviço; várias praças de alimentação.

PA126203 PA126274

PA126283 PA126299

PA126324 PA126337

Um dos que nos atraiu foi o estande dos “Amigos do Ford T e A”, de B. Aires, que tinha dois experimentos: o primeiro, retirou a carroceria de um Ford A, deixando chassi, freios e motor à mostra, fazendo-o funcionar e demonstrando seus componentes: faíscas das velas, controle de mistura do carburador, acionamento dos freios,…  O Sr. Pedro, técnico mecânico (70 anos) retirava os contatos das velas (lâminas), com as mãos nuas, enquanto explicava pormenorizadamente todo o processo, com elogiável conhecimento e gentileza.

PA126240 PA126244

No segundo experimento, foi serrado e aberto um motor de Ford A,  horizontalmente deitado, ficando expostos o comando, válvulas, virabrequim, coroa, e todas as partes móveis, devidamente pintadas com cores distintas.  Apenas um cilindro ficou fechado.  Assim, mesmo com apenas um cilindro funcionando,  assistia-se o sincronizado “balé” das partes movimentando-se.  Incrível, lindo e elucidativo. 

PA126245 PA126246

Outro ponto interessantíssimo foi a ala dos veículos a vapor, funcionando, incluindo um Rochester 1888, que participou e ganhou a primeira corrida de automóveis realizada naquele hipódromo, em 16 de novembro de 1901 (112 anos!). As locomotivas, tratores, locomóveis e motores a vapor também bastante interessantes…

PA126252 PA126263

No final da tarde, questionamos sobre a possibilidade de continuarmos ali estacionados para pernoitar, visto que viajaríamos cedo no dia seguinte.  Embora outros mhomes (expositores de carros ou peças) foram autorizados, recebemos várias negativas e decidimos voltar para o estacionamento de B.Aires. O interminável congestionamento promoveu um longo exercício de paciência, condimentado com loucos afoitos, motoqueiros ziguezagueando, carros estacionados em fila dupla,… Em três horas de sufoco conseguimos chegar ao estacionamento (20km), sãos e salvos.  

Domingo, dia de voltar para o Uruguai. Tomamos café no mhome (acabando com todas as coisas da geladeira) e antes das 8h estávamos dentro do pátio da Buquebus, aguardando para embarcar (10:15h).  Diferente da vinda, agora os cães entraram no mhome e em todos os outros carros, procurando por alimentos proibidos e narcóticos.

 552 562

580 567

Embarcamos e fizemos  ótima viagem de retorno. Na chegada em Colonia (UY), almoçamos no shopping e acessamos internet, depois seguimos viagem pela Ruta 21, parando em Carmelo para fazer compras no supermercado Ta-Tá.

585 554

Como no Uruguai o horário de verão está em vigor, o sol estava alto, resolvemos rodar até Dolores; onde pernoitamos num posto Petrobrás novo e agradável (S 33º42,449’ W 58º13,687’); atendimento gentil, sanitários limpos, duchas com  moedas, placas solares gerando energia e diesel (gasoil) confiável.

587 588

Amanhã seguiremos viagem, mas isto fica para a próxima postagem.

Abraços e Até breve.  San & Dan.

595