Olá! Faz algum tempo desde a última postagem. Estávamos em casa, preparando nossa tão sonhada e esperada viagem : EUROPA DE MOTORHOME, em 67 dias !
Preparamo-nos por um longo tempo (vários anos), acumulando reservas financeiras, contatando amigos e outros viajantes, coletando informações, pesquisando vôos e aluguéis de motorhome, até que, finalmente, em março de 2013 conseguimos realizar este sonho.
Ainda em Toledo-PR, meados de dezembro, auxiliados pela Sra. Lucy, da agência Lumiar Turismo (www.lumiarturismo.com.br), que providenciou as passagens aéreas (TAP Porto Alegre – Lisboa, sem escalas), seguro saúde (exigido para entrar na Europa), hotel para noite anterior ao vôo de regresso; além de fornecer outras importantes informações (dicas, bagagens, etc.).
Com a confirmação das datas dos vôos, providenciamos o aluguel do motorhome em Lisboa, na empresa Camperline (www.camperline.pt) com a Sra. Cármem Veríssimo, sempre gentil, que forneceu todas as informações solicitadas, de modo minucioso.
Para a reserva da autocaravana e emissão do contrato, é necessário o pagamento de 40%, cujo restante deve ser pago até 8 dias antes da retirada do veículo. O depósito Swift (via Banco, cobra IOF, taxas e Imposto de Renda, o que pode onerar em até 30% do valor!; ou seja, nem pensar); ou via Cartão de Crédito Internacional (que deve ser liberado em sua operadora de cartões), pagando 6% de taxa de uso no exterior mais 1,38% de IOF. Optamos pelo cartão e, à cada parcela paga, a empresa enviava via e-mail a cópia do pagamento.
Restando alguns dias para o vôo, precisávamos decidir como ir de Toledo-PR até Porto Alegre-RS, pois dista 1.000km. Pensamos em ônibus (demorado e convencional); avião (só de Foz do Iguaçu em determinados dias)… Enfim escolhemos ir no nosso mhome; sem pressa, com nossa bagagem podendo ser revista e tendo nossa casinha junto.
Fizemos uma parada de um dia em Piratuba-SC, para descansar e curar um resfriado chato e, em seguida, no Camping de Gramado-RS (130km de P. Alegre), onde deixamos o mhome estacionado, devidamente preparado para a longa espera (rodas elevadas, parabrisa e placa solar protegidos contra granizo, armários abertos, equipamento elétrico e baterias desligados.
De Gramado até Porto Alegre, fomos de ônibus executivo com a Citral, barato, direto e rápido.
Em Porto Alegre, ficamos “hospedados” com o irmão do Dan, (Daltro) que nos recebeu com imensa alegria. Ainda tivemos tempo de fazer visitinhas a outros parentes (mãe, sobrinha), passear na Feira do Brique, olhar o movimento de Porto Alegre.
No dia 11 de março, ele ainda fez a gentileza de nos levar até o aeroporto Salgado Filho, onde tivemos outra surpresa maravilhosa: os primos Suzy e Kau foram nos dar um abraço e desejar uma feliz viagem. Ficamos agradecidos e emocionados.
O moderno avião (AirBus 330) decolou pontualmente às 20:20h, ocupamos ótimos lugares (34J e H), atrás das asas e próximos aos sanitários, providenciados pela Sra Lucy.
Após 2h de vôo, serviram o jantar: carne ou massa (quentes), salada, suco/refrigerante/vinho ou água, pãezinhos e sobremesa; tudo saboroso, embalado individualmente, com os atendentes gentis e rápidos.
Em cada poltrona há uma TV, onde pode-se acompanhar o vôo, assistir a filmes ou documentários, ouvir música, desenhos ou joguinhos para crianças. O vôo foi tranquilo, pouca turbulência (menos nas estradas brasileiras), embora no final pegamos um vento de frente, de mais de 200km/h
Serviram o café da manhã às 8:00h: pães, iogurte, suco, café, bolo, frios variados. Sabores que enaltecem o serviço de bordo da TAP. E como disse nossa amiga Graça SOWEN o nascer do sol é algo fantástico…
Chegamos em Lisboa tão pontuais como na saída, com um pouco de neblina e chuva fina. Na Aduana foi rápido e tranquilo; o recebimento da mala também foi simples (apenas erramos o portão). Telefonamos para a Sra. Cármem e, de táxi (€35,00 + €2,20 do pedágio) fomos até a sua empresa (Camperline), distante 40km do aeroporto, mas o taxista fez em poucos minutos, por vezes a 150km/h!.
Fizemos a conferência necessária: interna, externa, veículo, comandos, portas, trancas, armários, funções, documentos, enfim, TUDO. Já havíamos alugado previamente kit de louça, kit de limpeza, sacos de dormir, TV+DVD (que não conseguimos fazer funcionar, sem recepçãp de sinal), cadeiras externas, travesseiros, sacos de dormir e kit toalhas.
Deixamos a caução de €1.500,00 fotografamos todo o mhome e, após as 13h, fomos ao supermercado Intermarché (perto), comprar alguns itens necessários para lanchar e passar alguns dias dias, almoçamos no mhome, dormimos um pouco e, após as 16h seguimos para o camping pesquisado: Lisboa Camping (ou camping Monsanto, ou ainda, Parque de Campismo), na Estrada da Circunvalação, 1400-061, GPS N 38º43’30” W 09º12’27”. €20/diária do mhome + 2 pessoas. (www.lisboacamping.com)
Lá havia vários outros mhomes, de diversos países. Estacionamos, ligamos a energia externa e fomos tomar um merecido banho. Depois uma deliciosa sopa, acompanhada por um bom vinho Portugues (para aquecer, pois a temperatura estava a 6ºC). Depois dormir, para recurperar as energias e passear no dia seguinte
O frio noturno foi intenso, mas com o cobertor e os pijamas compridos que trouxemos, envelopados nos sacos de dormir (nunca tínhamos usado antes) foi tranquilo. Amanheceu com um pouco de nuvens, mas logo o astro-rei apareceu para iluminar nosso dia.
No camping, adquirimos o voucher para o passeio do Yellow Bus Tur, na linha Tagus (€15/pessoa), para 24h. Há outros roteiros, valores e validades. O IMPORTANTE é que a Carris (empresa de transporte urbano) fornece este passeio e, com o bilhete valendo (24h, 48h ou 72h) pode-se usar qualquer ônibus ou elétrico (bonde) da empresa (amarelos), sem custo. Também pode subir o elevador Santa Justa sem custo com este bilhete.
Outra informação relevante: maiores de 65 anos tem desconto (até 50%) em quase todas as atrações. Levamos apenas a cópia dos documentos para comprovar.
Lisboa: cerca de 1 milhão de habitantes (com periféricas), situada em área elevada no estuário do Rio Tejo. Durante séculos expandiu-se no sentido do bairro de Belém (de onde saíam as navegações). Cidade limpa, não poluída, transporte urbano eficiente, mas circular de mhome é impraticável: as ruas são estreitas; em algumas há subida e descida de bondes (na mesma linha) e automóveis! (nem pensar em usar o GPS). A solução é circular com transporte público. As pessoas, em sua maioria, são gentis com os turistas, mas nota-se que não são abertos como os brasileiros, que puxam conversa fácil.
Nossa primeira parada foi no Mosteiro dos Jerônimos, imenso, maravilhoso, entalhes em mármore e pedra calcárea. € 10,50 (inteira + meia).
“O Mosteiro dos Jerónimos foi encomendado pelo rei Manuel I em 1501, após o retorno de Vasco da Gama das Índias, e sua construção foi financiada em grande parte com o comércio das especiarias, pedras preciosas e ouro. O mosteiro foi confiado à Ordem dos Jerónimos, em 1834, quando todas as ordens religiosas foram dissolvidas”.
“O Claustro é criação manuelina de João Castilho, concluída em 1544, com rendilhados e imagens entalhadas; o Coro foi encomendado em 1572 por D. Catarina (esposa de João III)”. Túmulos de Vasco da Gama, Manuel I e esposa, João III e Catarina estão ali depositados.”
Admirando esta obra fantástica, imaginando que a mais de 500 anos ela está neste mesmo lugar, “vendo” as pessoas e o tempo passar, as transformações e mudanças contínuas,.. sentimo-nos pequenos, notamos nossa fragilidade e o quanto somos insignificantes e efêmeros…
Passava das 13h quando acabamos a visita, e estando no bairro de Belém, nada melhor que comer Pastel de Belém! Na Antiga e Única fábrica de Pastéis de Belém, (desde 1837!).
Ao chegar na porta não se assuste, pode ter fila para quem come no balcão; entre e vá procurar uma mesa no interior (imensas salas). Comemos uma mini pizza, 2 chávenas de café com leite e 2 pastéis de Belém (que são feitos com massa finíssima e crocante por fora e um recheio cremoso de nata por dentro). Mas estavam tão deliciosos, derretendo na boca, que pedimos mais dois pastéis. A conta: € 8,60. Vale cada cêntimo de euro!.
Em seguida, passeamos no Museu Nacional de Coches (carruagens), €7,50 (inteira + meia) . Fundado em 1905, por D. Amélia, mulher do Rei Carlos. Todas as peças preservadas, carruagens de Reis, Rainhas, Papas, presentes de Casamento, liteiras, etc. A mais antiga é do séc. XVI, pertencia a Felipe II da Espanha.
Fomos de Yellow Bus até a Torre de Belém, onde fizemos parada, ingresso: €7,50 (inteira + meia) . A Torre de Belém foi encomendada por Manuel I, para ser fortaleza na entrada do Tejo, em 1515. Situava-se mais afastada da costa do que hoje; era ponto de partida de navegadores em busca de novas rotas para oriente. Tem estilo manuelino, entalhes em pedra, torres em estilo mourisco.
Depois, de Yellow Bus fizemos o restante do percurso (sem descer), mais de 60 minutos. A temperatura baixando bastante e, às 18h chegamos ao Mosteiro dos Jeronimos, onde desembarcamos para pegar o ônibus 714 para retornar ao camping, onde logo fomos acessar a internet.
Novo dia de passeio: Praça da Figueira; subimos no Elevador de Santa Justa (1902), em perfeito funcionamento. Almoçamos um imenso baguete (recheado com strogonoff e salada) no restaurante Especiaria Cheirosa, na Rua Augusta, atendido por garçom brasileiro; quase em frente da Casa Brasileira (confeitaria e guloseimas).
Tomamos o “elétrico” 28 (amarelo da Carris) para subirmos até o Castelo de São Jorge. O bonde antigo é atração à parte: em alguns trechos há trilho de subida e descida (no mesmo) e mão dupla de automóveis,.. Ruas tão estreitas que não cabe uma pessoa entre o bonde e os prédios!
Da parada do bonde até o Castelo são uns 300m de caminhada, a subir. Entrada do Castelo €11,50 . Há dois núcleos arqueológicos (museus), e muito que andar e subir/descer escadas, algumas sem proteção ou auxílio,..
“O Castelo de São Jorge serviu como teatro, prisão e arsenal após a retomada de Lisboa em 1147. O Rei Afonso Henriques transformou a cidadela em residência dos soberanos. Após o terremoto de 1755 as plataformas permaneceram em ruínas até 1938, quando foi totalmente reconstruído”.
Na cafeteria do Castelo, um pavão mostra-se aberto e, segundo um turista inglês “faz parte da máfia para vender café”… Mas chama atenção a graciosidade dele mostrando-se para as fêmeas.
Cansados, quase 16h, começamos a retornar para o camping: primeiro com o elétrico até o centro €5,70 (já havia vencido nosso passe gratuito de 24h), depois ônibus até o camping €3,60. Curiosamente, ambos lotados, mesmo sem ser horário de pique.
Já no camping, um ótimo banho, acesso a internet. Questionamos sobre as máquinas de lavar: €3,00 para lavar e €3,00 para secar, mas só vale a pena se encher a máquina. Jantamos e descansamos, pois no dia seguinte pegaríamos a estrada.
Tomamos bom café da manhã, arrumamos e guardamos tudo, desaguamos esgoto e vaso sanitário, enchemos o reservatório d’água, e às 11h saímos para Évora. A saída foi tranquila, pouco movimento, e as indicações do atendente do camping foram adequadas.
Atravessamos a linda ponte metálica (25 de abril) para Almada, e havia uma praça de pedágio após a cidade de Almada. Como tínhamos o chip da Via Fácil Brisa, vendido pela Camperline (€40,00), passamos pelo pórtico verde (Via Fácil) . Ao chegarmos no acesso a Évora, tivemos a desagradável surpresa: o chip não havia funcionado e fomos obrigados a pagar €78,00 referentes ao pedágio e à pesada multa! ALERTAMOS: não usem o tal chip.
Já em Évora, 13h, procuramos pelo hipermercado Intermarché (fácil de estacionar, comidas prontas, além de ter tudo que precisa para abastecer a casa e o carro). No final da tarde, procuramos local para pernoitar e visitar Évora no dia seguinte. Ao encontrarmos outros mhomes num estacionamento público e gratuito, lá ficamos: N 38º 34’00” W 07º54’55”.
Neste estacionamento encontramos casal da Holanda (Marijke e Henk), falando português do Brasil, pois visitaram o nosso país e adoraram!.
Da Porta de Aviz , entrada de Évora antiga, até a praça do Giraldo e outras atrações: caminhar e caminhar muito, por ruelas e becos estreitos. As colunas romanas ficam numa parte alta da cidade e datam (supostamente) do séc II ou III . A Sé, catedral com aparência de fortaleza, foi iniciada em 1186, na inscrição da entrada data de 1540.
Visitamos a Igreja de São Francisco (séc XV), com lindos azulejos, pinturas, ornamentos. Ao lado fica a Capela dos Ossos, que não nos atraiu. O Mercado Público renovado e bonito; o Palácio de Manuel I junto ao jardim público também vale uma foto.
Vimos um artesanato diferente: bolsas, carteiras, chaveiros, aparadores de prato e copo, colares e pulseiras, chapéus, sapatos, entre outros, feitos de cortiça (rolha). Trabalho delicado e minucioso.
Dali, caminhamos à subir até a Universidade de Évora, fundada por jesuítas em 1559. Ao fazermos uma paradinha para o café, na universidade, conhecemos o entusiasta Prof. Dr. Carlos, que está a 20 anos na instituição. Discorreu sobre os cursos, as possibilidades de intercâmbio acadêmico e, para nossa agradável surpresa, presenteou com um belo livro sobre a história da Universidade de Évora.
Caminhando, fotografando, descendo as ladeiras, chegamos novamente à porta de Aviz e ao nosso mhome; onde lanchamos e descansamos um pouco; para depois seguirmos pela rodovia A6 até a Espanha; o que fica para a próxima postagem…
Abraços e Até Breve !
12 comentários:
Que maravilha, parabéns pela realização de mais um sonho. Estamos acompanhando pelo blog.
Boa viagem !
Familia Silva.
Parabens, por essa descrição minuciosa e detalhista, que faz crescer mais ainda a vontade de realizar este sonho de todos aventureiros. Estaremos acompanhando. Abç e boa viagem.
Ps. Não esqueça de plotar as coordenadas. Suênia/ João.
Boa tarde
O meu nome é Nuno Sequeira e integro o departamento de Comunicação da Via Verde.
Tivemos conhecimento da situação que experienciou com a utilização da Via Verde, a qual lamentamos. A Via Verde existe desde 1991, sendo uma referência na cobrança electrónica de portagens.
Verificámos que a Camperline é efectivamente nossa cliente, não sendo, por isso, suposto, o equipamento não funcionar. Sugerimos que guarde o talão relativo ao pagamento, e aquando da devolução da viatura, o apresente à Camperline no sentido de esclarecer o sucedido. Mais informamos que, sempre que a viatura onde circular estiver equipada com Via Vede deve entrar e sair utilizando a via reservada para esse efeito (Assinalada como via reservada a aderentes).
Agradecemos a sua atenção
Nuno Sequeira
Achávamos que estavam parados, descansando. Quando de repente nos surpreende com uma outra bela viagem.
Estamos acompanhando e hávidos por novos relatos.
Que Deus os acompanhem e tenha uma boa viagem.
Sérgio e Aparecida
São Lourenço - MG.
Que legal gentem boa... mais um sonho em realização... Cuidado em não pernoitar nas autopistas pq a multa tb é alta, rs.... Mas estas coisas fazem parte, não é? Estamos na carona de vcs. Beijão e boas estradas.
Amigos...desejamos uma excelente viagem e acompanharemos todos os detalhes relatados..Fiquem com Deus.Abraços
Denise e José Rudell
Legal! Quem bom vcs voltaram a postar, agora podemos desfrutar de seus "causos" como se diz na minha região (Goiás). Desejo a vcs uma viagem fantástica.
Eu e minha mulher fizemos esse roteiro rumo ao sul de Portugal há vinte e cinco anos atrás, de carro, indo até Paris e retornando pelo norte da Espanha. Naquela época as vagas eram escassas nos poucos hotéis que encontramos em Portugal e se tornou um problema; um motor home ajuda muito. Portugal é um pais bonito e acolhedor, mas dirigir pela Europa não tem nada de viagem "fantástica" ou é um "sonho", segundo algumas pessoas que fizeram comentários neste blog, é apenas mais uma viagem agradável, facilmente acessível para quem dispõe de dinheiro para as despesas.
Ola amigos, qual foi seu gasto total nessa viagem de
Motorhome na europa ?.
Vc poderia detalhar os gastos tipo, aluguel motorhome , comida, passeios , etc
Olá Heitor
Por favor, encaminhe seu endereço de e-mail, para enviarmos as informações solicitadas.
Aguardamos. Obrigados
San & Dan
Olá! Amei o post de vocês! Eu e meu marido pretendemos ir para Portugal em junho e conhecer todo de Motorhome. Poderiam passar mais detalhes? Obrigada.
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