Olá!
Com as previsões meteorológicas adversas (frio, gelo, chuva) para a linda região da Alemanha que continuaríamos a visitar, optamos por iniciar o longo trajeto de retorno pelo interior da França.
Entramos por Colmar (que merece uma futura visita) e seguimos para Belfort, com a histórica fortaleza à nossa frente e com fácil estacionamento: um convite irrecusável.
O início das construções do castelo e fortaleza foi no séc. XIII, e desde então passou por vários conflitos, destruições, ocupações. Atualmente, possui museus e passeios guiados, além de restaurante em seu topo.
Para o passeio é necessário preparo físico, os caminhos de acesso e os internos são bastante íngremes e longos, com muitas escadarias. Ainda bem que há vários dias (34) estávamos nos preparando e caminhando bastante…
Depois, almoçamos no mhome e seguimos viagem pela rodovia secundária D683, belíssima, com paredões de pedra, rios, lagos, plantações. Por muitos km ficamos num comboio de 3 mhomes (alemão, francês e o nosso português/brasileiro).
Perto de Besançon, ficamos apenas com o mhome francês à frente, que também seguiu pela rodovia D673, durante duas horas. Num cruzamento ele saiu e nós seguimos até Dole.
Estacionamos num parking ao lado do rio (N47º05’26,9” E05º29’49,6”), com barcos para alugar (mhomes aquáticos!) e, a pé, visitamos uma parte da cidade: igreja de Notre-Dame construída entre 1509-1574, onde Louis Pasteur foi batizado e o rei Louis XIV rezou em 1674; caminhamos por algumas ruas e vielas, pontes; visitamos a casa onde nasceu Louis Pasteur.
Voltamos e perguntamos para um motorista de outro mhome estacionado se ali poderíamos dormir com segurança. Informou que normalmente sim, mas hoje fechariam o estacionamento para preparar uma feira, então deveríamos segui-lo que ele sabia onde pernoitarmos.
Quando passou à nossa frente, na rodovia, surpreendemo-nos com a coincidência: era o mesmo que nos havia acompanhado por uns 150km! Sim, acreditamos que estes fatos não ocorrem por acaso, e sim, que o Ser Supremo orienta os caminhos e as pessoas certas, embora nem todos acreditem…
Estacionamos então no Parque Aquático Isis (N47º04’24,9” E05º29’07,1”), sem custo, com água e descarga de esgoto livres. À beira de um rio, tranquilo e silencioso…
Novo dia, seguimos pelas rodovias secundárias, almoçamos a bordo num estacionamento à beira da estrada, muito comum por todos os países e rodovias que andamos (área de descanso ou de serviço), com sanitários, bancos e mesas, limpos. Os caminhoneiros também utilizam estes locais para fazer as paradas obrigatórias.
Em Moulins, uma parada no supermercado para abastecer de combustível (mais barato que nas rodovias) e a despensa. Acessamos internet wifi e descobrimos área de camping-cars. Várias placas indicam corretamente o caminho.
Esta área é nova (instalada em 2010), ao lado do rio Allier, cerca de 1,5km do centro histórico, sem atendimento pessoal, tudo eletrônico. A localização (N46º33’26,9 E03º19’30,8”), o valor: €0,10 (dez centimos de euro) por hora, pagamento na saída em cartão de crédito COM CHIP.
Para descarga do vaso e encher caixa d’água o custo é de €2,00, mas é necessário comprar ficha (jeton) em cartão de crédito COM CHIP. A eletricidade também custa €2,00/4 horas (com jeton, a moeda especial) que automaticamente alimenta o seu terminal.
Entramos, estacionamos, colocamos as cadeiras ao sol e ficamos a observar o rio, os mhomes que chegavam, o trânsito na outra margem. Notamos que muitos dos mhomes que chegavam tinham dificuldade com a entrada: o sol atrapalha a visualização do visor da cancela eletrônica e há necessidade de inserir o número da placa do mhome, o que obriga os motoristas esquecidos a visualizá-la...
Após noite tranquila e silenciosa, novo dia com sol e calor, fomos passear em Moulins. A pé, atravessamos a ponte antiga, com arcos e chegamos ao centro antigo,
Moulins foi fundada em 990, nome originado de moinhos (de vento para acionar moedores de trigo ou retirar água dos arroios). A lenda conta que Archambaud, señor de Bourbon, em caça, atravessou o rio Allier e uma tempestade o fez refugiar-se num moinho, onde enamorou-se de uma jovem. Casou e construiu um castelo, originando a cidade.
No séc. XIV foi construída a muralha e o castelo ducal. Extramuros foi iniciada outra muralha pentagonal nunca acabada. A ponte Regemortes foi construída no séc. XVIII, no local das anteriores (levadas por enchentes). Archambaud IV, em 1232, instituiu impostos e tornou a cidade independente. Em 1531 passou à Província Real Francesa. Várias entidades religiosas instalaram-se: Carmelitas em 1352, Clarissas em 1421; Em 1823 torna-se sede de bispado. Hoje, a agricultura e pecuária (gado charolês) dominam a economia.
Visitamos a Igreja do Sagrado Coração de Jesus (gótica); a casa onde morou Joana D’Arc (1429); prédios antigos como o campanário: relógio com personagens em bronze que “martelam” as horas, criado em 1455, reconstruído idêntico em 1655 e 1946 após incêndios. A Catedral Nodre Dame (gótico primitivo), iniciada em 1468, ampliada no séc.XIX e as ruínas do castelo ducal. As tulipas estão presentes em vários canteiros, encantadoras, e de todas as cores.
Na praça central, vimos uma simpática lanchonete: a Patapain, onde almoçamos: Fugasse 3 fromagges, refri e, de sobremesa, “Macarons” (docinhos à base de amêndoas), por apenas €6,30.
Após voltarmos para o mhome, San retornou para a cidade, foi na Laverie Moulinois, rápida e barata: €7,50 para lavar e secar (automática, sem atendentes, com moedas ou notas pequenas). Lá pode-se comprar sabão em pó e amaciante em porções.
Na volta, escrevemos o blog sentados nas cadeiras lá fora, vendo as flores e os passarinhos, agora sim mergulhados na grácil primavera. À noite, um saboroso macarrão ao pesto e uma taça de vinho, a bordo...
Ao tentar sair do estacionamento, a dificuldade eletrônica. Depois de tentar muitas vezes, conseguimos passar o cartão de crédito (Visa Internacional) para pagar o estacionamento (41h30m = €4,20) e abrir a cancela automática. Mas impossível para comprar o jeton para desaguar esgoto e abastecer de água. Fomos “socorridos” por um gentil francês que comprou com seu cartão de crédito e nós o pagamos em moeda. Alertamos que o Visa Travel sem chip é recusado, bem como nos postos de combustível automáticos.
Seguimos viagem e, em Agonge (entre Moulins e Bourbon l’Archambault), fotografamos igreja do séc.XII e casa de fazenda antiga e bonita.
Já na cidade de Bourbon l’Archambault, visitamos a Igreja; a torre de observação (iniciada em 1337) e a Fortesse Medievale. Esta fortaleza, originalmente com 15 torres, foi construída no séc. XIII, época e berço da dinastia dos Bourbons.
Após o séc. XVI foi abandonada e aos poucos começou a ruir. Confiscada na Revolução, como bem nacional, foi vendida em 1794 . Em 1832, Achille Allier (poeta local) conseguiu salvar da destruição as últimas 3 torres, início da recuperação local.
As torres possuem pavimentos (depósito de grãos, sala da guarda, laboratório dos alquimistas, sala dos copiadores,…) acessados por estreitas escadarias em caracol. Suas paredes medem 2,3m de espessura.
Descobrimos que há um camping municipal (N46º34’49,2” E03º02’56,1”), local agradável, preços módicos, mas a administração funciona apenas das 9 às 10h. Optamos por seguir viagem.
Já em Gueret, seguimos as indicações até o camping Courtille (N46º09’43,4” E01º51’29,5”), perto do lago, €16,10 (mhome, 2 pessoas e eletricidade). Estacionamos, ligamos luz, tomamos um merecido e longo banho, acessamos internet, fizemos lanche e descansamos.
Amanheceu nublado e garoa fina, decidimos seguir para Limoges. Novamente estrada secundária, bela paisagem rural bucólica. Em Limoges, fomos direto ao Camping D’Uzurat (N45º52’14,23” E01º16’32,69”).
Muito bem atendidos, €11,90 (eletricidade mais €3,50), com folderes da cidade e região disponíveis, atendente fala espanhol e explicou que está acontecendo encontro de mhomes (uns 30), com programações diversas.
Estacionamos e fomos providenciar nosso apetitoso almoço internacional: arroz espanhol, feijão preto português com lombo, azeitonas com alho, tomate e cebola franceses, cerveja holandesa. Bons brasileiros, descansamos e acessamos internet.
Abraços e “au revoir” !
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