Olá!
Ainda no camping TCS Lido Solothurn (N47º11’54” E07º31’25”), atualizamos blog (internet livre por 10h), fotografamos alguns detalhes dos banheiros e cozinha, aquecidos e limpíssimos. Detalhe: em nenhum momento vimos alguém limpando, apenas os campistas usam e deixam limpo para o próximo.
Ressaltando que, assim como em todas as viagens, não recebemos quaisquer benesses para citar campings ou restaurantes, apenas relatamos para fornecer informações aos colegas que porventura passem nos mesmos.
Após almoçarmos, seguimos para Basel (fronteira com França e Alemanha), um caos no trânsito; mas conseguimos achar a saída para Mulhouse (França).
Uma escala no Carrefour francês para abastecer a despensa quase vazia e, às 18:30h chegamos ao Camping de L’ill (N47º44’04,0 E07º19’27,0”); €17,00/dia. Estacionamos, ligamos luz, lanchamos e fomos descansar pois o amanhã será movimentado.
Terça-feira, um pouco menos frio mas com chuvisco, às 10h pegamos o bonde ou Tram 2, €2,60 (ida e volta) até o centro. Lá tomamos o Tram 1 até a Cité de l’Automobile Collection Schlumpf; uns 30 minutos de percurso total.
Desde nossas preparação para a viagem, pesquisamos na internet “museu de automóveis” e, assim soubemos deste em Mulhouse-FR. Como estávamos aqui pertinho (na Suíça), fizemos este “desvio”.
Ao aproximarmos, o visual surpreende: um imenso prédio em área de 25 mil m2. Pagamos €32,50, duas pessoas incluindo ingresso para Cité du Train (que visitaremos amanhã).
Na entrada, um veículo 1878 perfeitíssimo! Recebemos os audioguias (espanhol) e entramos: mais de 400 automóveis antigos, com inusitadas curiosidades mecânicas, motores abertos (até elétricos!), sistemas de transmissão mecânica, audiovisuais elucidativos, veículos e motores desmontados (partes sequenciais expostas),… Todos os carros, impecáveis, são limpos diariamente…
A “cidade” possui oficina completa de restauro (mecância, elétrica, chapeação, estofamento, tornearia …). Um trenzinho elétrico leva os interessados; há cinema, espaço para crianças, cafeteria, restaurante, loja de souvenirs e autódromo (para passear com um carro antigo..). Tem expostos também antigos carrinhos para criança, a pedal e elétricos, muito semelhantes aos grandes.
Resumo da história do museu: em 1935 os irmãos Schlumpf fundaram a SAIL (Sociedade Anônima na Indústria dos Lanifícios). Assumiram o controle de várias empresas em 1940 e, em 1957, compraram uma antiga fábrica de lã em Mulhouse. Entre 1961 e 1963, Fritz Schlumpf comprou mais de 200 carros clássicos na França, Suíça, Inglaterra, Itália, Alemanha e EUA. Poucos privilegiados tinham acesso aos armazéns dos carros e apenas em maio de1965 um artigo da Alsácia publicou sua existência.
Em 1966, Fritz Schlumpf revelou ao público a coleção excepcional que conseguiu reunir em poucos anos. Adaptou parte da fábrica para criar o "Museu Schlumpf", cuja execução demorou vários anos…
Dez anos depois, a fábrica têxtil entra em crise e seus funcionários em greve. Os sindicatos condenam os irmãos Schlumpf por "atos ilegais". Vários automóveis foram incendiados e destruídos pelos trabalhadores descontentes. No final do ano, os 20 trabalhadores restantes na fábrica foram despedidos e o edifício foi selado. Começou um longo período de batalhas judiciais entre os irmãos Schlumpf e seus credores.
Refugiam-se em Basel (Suiça), sem intenção de retornar à França.
No ano seguinte os depósitos foram ocupadas pelo sindicato CFDT e o "Museu Schlumpf" foi rebatizado de "Workers Museum". Alguns carros foram vendidos para cobrir os custos operacionais e de ações judiciais em curso.
Em 1978, o Conselho de Estado francês classifica a coleção como um monumento histórico e, em outubro de 1980, o Supremo Tribunal autoriza a venda da coleção, que foi comprada pela Automobile Association National Museum, composta pelo Departamento de Haut-Rhin, o Mulhouse Chamber of Commerce, o Automobile Club de France, a Companhia Panhard e os organizadores do Paris Motor Show.
Em 1989, o Tribunal de Recursos de Paris, obrigou a National Automobile Museum a acrescentar "Coleção Schlumpf" ao nome do museu e a todos os documentos que citam a coleção.
O museu, considerado o maior do mundo, demonstra preferência por carros de indústrias e projetos franceses, com algumas exceções para Fiat, Mercedes, entre outros. “Fusca” não havia, mas um modelo Mercedes bem parecido (precursor).
Após caminharmos por duas horas (apenas o começo), fomos ao restaurante para fazer um pit-stop e depois continuar o passeio. No almoço, poucas (e caras) opções, optamos por: salada €4,00, salmão com legumes e batata frita €12,50 e refri €2,80, cafézinho €1,90.
Voltamos ao passeio: carros maravilhosos, limousines, modelos de época, carros de corrida, demonstração com robô de montagem da fábrica Peugeot (com montadora na cidade). O deslumbre e a emoção irradia dos olhos de alguns interessados. Tiramos mais de 200 fotos.
Infelizmente, às 17h fecham as portas e tivemos que sair, mas se tivesse mais tempo, certamente ficaríamos. É um passeio fantástico, imperdível, indescritível, para quem gosta de automóveis antigos, é claro. (www.citedelautomobile.com)
Novo dia, céu nublado, pela manhã ficamos no mhome, almoçamos mais cedo e às 12h saímos para visitar a Cité du Train. Na chegada, imenso pavilhão colorido, lá dentro outro deslumbre: trens desde 1844 até atuais, num espaço de 17 mil m2. Dezenas de trens (locomotivas e vagões), em perfeito estado, uma delas mostrando o funcionamento com sons e movimento (a cada hora).
Muitas animações, monitores, audiovisuais, vagões presidenciais, restaurantes, militares, de correios,.. da 1ª à 4ª classe, motores e geradores imensos…
Uma cabine de TGV com demonstração de comandos e monitores no para-brisa, bem como a apresentação no recorde de velocidade a 574,8km/h, sensibiliza e “arrepia”…
Uma deslumbrante maquete com aproximadamente 36m2, escala 1:300, perfeitíssima, com movimento de 6 trens circulando, teleféricos, funicular, automóveis, ações estáticas como fazenda, camping, praia, centro da cidade, até uma gare como a de Temuco-Chile havia lá. Funcionamento de 5 minutos com €0,50. (www.citedutrain.com)
Mulhouse foi cidade livre do Império Romano (1308), fez parte da Liga da Alsácia em 1354, formou aliança com a Suíça em 1515. Depois de se converter ao Calvinismo, voltou a ser república independente, retornando à França em 1798. Atualmente, a cidade possui cerca de 100 mil habitantes, é a capital européia dos Museus Técnicos: além do Automóvel e do Trem, tem ainda o da Eletricidade (Electropolis), das fábricas de impressão (Impression sur Etoffes), do papel pintado (Papier Peint), têxtil (Ecomuseé Textile), além de museu de Belas Artes, Histórico e Ecomuseu.
Na quinta-feira, mesmo com chuva, fomos passear no centro de Mulhouse: ver a parte histórica, as igrejas, o museu histórico, a praça da Reunião e a da Paz.
Almoçamos num fast food, um sanduíche (completo, barato e rápido), com refrigerante e sobremesa, depois compramos doces e optamos por voltar para o mhome, pois a chuva não parou.
Descansamos, atualizamos blog, tomamos bom banho, amanhã seguiremos viagem para a Alemanha.
Abraços e Até Breve!
Nenhum comentário:
Postar um comentário