Olá!
Após alguns dias de “ajustes” no mhome: instalação da câmera de ré, melhoria da antena de TV e alguns outros detalhes, estamos novamente nas estradas.
Estávamos em dúvida sobre qual destino seguir (novamente ao Sul ou ao Norte). Como alguns colegas iriam para Caldas Novas-GO, decidimos acompanhá-los. Infelizmente, um problema na estrada os impediu de seguir viagem. Mesmo assim, mantivemos a decisão de ir para o Norte, porém até Minas Gerais. Com certeza o Ser Supremo nos guiaria pelos melhores roteiros.
Saímos de Toledo-PR, com o astro rei nascendo lindo atrás dos morros, seguimos pelas estradas do interior até chegarmos a Cruzeiro do Oeste (PR-323), onde abastecemos diesel no Posto Ipiranga (R$ 1,925/litro). Continuamos, passando por Cianorte, Maringá, Londrina e, 30km depois passamos pelo pedágio mais caro até agora: R$ 20,00.
Como a buzina não funcionava, ao pararmos para fazer um café, em Cornélio Procópio-PR, conferimos o fusível e, verificando os fios descobrimos o desagradável motivo: o mecânico da concessionária Iveco (onde havíamos trocado lubrificante na semana passada), ao colocar os filtros rompeu o fio de ligação da buzina. Tem sido comum: todos os serviços realizados na concessionária sempre promoveram algum estrago: (válvula de pneu rompida, abraçadeira da turbina solta, condensador esquecido aberto, filtro do diesel vazando, parte frontal com grade e faróis soltos,...). Parece que fazem de propósito para ter o que consertar, cobrar e irritar o cliente.
Durante todo o dia fez bastante calor, e a umidade do ar muito baixa. As 18h chegamos ao posto Graal Paloma (SP-225), após Santa Cruz do Rio Pardo-SP, onde abastecemos com bandeira Shell com preço de R$ 1,90/litro.
O pôr-do-sol já estava presente, havíamos rodado 600km em um dia. Olhamos o posto com mais cuidado, e vimos chuveiros limpos, local seguro, restaurante com internet wi-fi,.. optamos por pernoitar ali mesmo. Ao ligar o cabo de energia, oferecemos uma “marmita” para um maltrapilho que carregava todos os seus pertences em dois pequenos sacos. Ele não havia pedido a comida, apenas veio conversar e, num português correto, informou que estava há dias caminhando para tentar chegar em casa. Optamos por nominá-lo “seu José”.
No dia seguinte, acordamos cedo e o “seu José” veio se despedir, agradecendo e perguntando de onde éramos. Dissemos que morávamos perto de Foz do Iguaçu e ele nos surpreendeu e emocionou: citando TODAS as cidades desde Foz, passando por Ponta Grossa até chegar em Bauru-SP!!! Em ordem sequencial, sempre em elogiável e correto português! Comovidos, presenciamos mais uma maravilhosa obra do Criador, disponível a todos os que conseguem admirá-la, envolta nas surradas vestes, alheia a todos os modismos e convencionalismos. Algo como um imenso diamante enrolado em papel de embrulho.
Concluímos que, se alguém retirá-lo desta vida, lhe der um banho, casa, tranquilidade, ele não conseguirá sobreviver nem memorizar tantas informações. Sua patente evolução é resultado de sua vivência e sua nobreza interior irradia luz e bondade. Promovemos ele a “Seu José, um digno douto”.
Fotografamos o ambiente, que é um bom local de parada. Não é de todo silencioso, pois atende 24 horas, mas bastante seguro e tem, praticamente, tudo que precisamos.
Continuamos na SP-225, sentido a Bauru. Paramos em Piratininga-SP, pois tínhamos informações que possui águas termais. Visitamos o parque (que é grande, relativamente cuidado e organizado), mas agora, na baixa temporada várias atividades estão desativadas. Para os mhomes há um espaço dentro da área das termas, mas com pouca sombra e apenas um ponto de energia. Os valores praticados hoje são R$15,00 para o mhome e R$35,00/dia/pessoa. Decidimos por seguir viagem, pois o preço é alto, considerando as condições oferecidas (comparado a outros locais que conhecemos).
Em Jaú-SP fomos ao Jau Serve (supermercado), comprar algumas coisinhas necessárias e alimentos prontos. Olhamos o mapa e guia e vimos a cidade de Brotas-SP com alguns atrativos interessantes. Rumamos para ela.
Ao chegarmos a Brotas começamos a gostar da cidade: lindos prédios antigos e muitos bem preservados, cerca de 30 mil habitantes, muitas cachoeiras. Falamos com 5 pessoas (pedindo informações diversas) e TODAS nos atenderam gentilmente.
Indicaram o Camping Jacaré (http://www.campingjacare.com.br), pertinho do centro e do Parque dos Saltos, onde fomos muito bem recebidos pelo Sr. Luiz e Sra. Vera. Possui agradável área ampla de camping, com cabanas e apartamentos, lanchonete, piscina e wi-fi.
Após nos instalarmos, saímos a caminhar pela cidade: fotografamos prédios antigos, visitamos a prefeitura (falamos com o Sr. Jorge, secretário de cultura), fomos à Igreja matriz (N. Sra. das Dores), visitamos o cinema São José (recuperado recentemente pelo cantor Daniel, natural da cidade), visitamos lojas de artesanato...
Muitas pessoas falaram conosco, na rua, praça e igreja, conversaram bastante, sempre gentis e sem pressa. As 17:45h, ao voltar para o camping, ficamos surpresos: não há congestionamento no trânsito. As ruas são (em sua maioria) de mão única, o que facilita a circulação e o estacionamento (que é paralelo, ao contrário de nossa cidade: oblíquo).
No dia seguinte, fomos passear no Parque dos Saltos, realmente muito bonito e, embora no centro da cidade, com água limpa, sem poluição ou odor ruim.
Conforme havíamos combinado no dia anterior, fomos visitar a coleção de fuscas do Sr. Fred. Conversamos bastante, vimos alguns exemplares já prontos, como um lindo verde amazonas 1966. A maioria de seus veículos ainda será recuperada.
Novamente, uma “força Superior”, uma indução celestial, nos guiou até a residência do Décio e esposa Andreia, que recuperam automóveis antigos e vendem peças (www.pecasdecarrosantigos.com.br). Nossa agradável conversa começou sobre os carros antigos, depois derivou para peças, Uruguai, viagem, mhome, pequenas afinidades...
Conversamos muito e nos identificamos tão bem (eles conosco e vice-versa), que nos convidaram para saborear um bolo de aniversário (Andréia), à noite!
Fomos almoçar no restaurante Camillo (ao lado da praça), que serve também por quilo. Depois fomos ao Museu do Calhambeque, com alguns automóveis antigos e outras peças interessantes. Demonstra carecer de maior cuidado com a limpeza e preservação de todas as peças. O espaço não é isolado contra poeira, sol, chuva, o que deteriora mais rapidamente os históricos itens já desgastados.
Voltamos para o camping para descansar um pouco. Conversamos com alguns ingleses e italianos, lá hospedados, que estavam passeando pela cidade. À noite, fomos à casa do Décio e Andréia, para a alegre confraternização, com deliciosas pizzas. Depois saboreamos um gostoso bolo de musse de café e chocolate. O simpaticíssimo casal nos emocionou com o aprazível encontro.
No dia seguinte saímos de Brotas, já com uma ponta de saudade. Continuamos na SP-225, mas ao acabar a pista dupla (e pedagiada), no trecho desde antes de Analândia até Aguaí, a rodovia piora muito, precisamos reduzir a velocidade para 30km/h, as vezes trafegar na pista contrária ou até no acostamento: muitos defeitos, remendos e buracos. Uns sofríveis 100km, depois volta a melhorar novamente.
Pesquisamos na internet e mandamos e-mail para um camping em Águas da Prata-SP, que pareceu ser bom, então fomos até lá: Camping Paiol. Ao chegarmos vimos um local interessante, tranquilo, com piscina, cachoeira, um pouco simples, mas silencioso, ideal para ler e descansar. Fizemos almoço e tentamos descansar um pouco, mas fomos impedidos por barulhentos carros que começavam a chegar ao camping: com bagageiros abertos para propagar mais os ensurdecedores “tunc, tunc, tunc”, entre conversas gritadas. Decidimos por sair imediatamente, este tipo de convivência não nos agrada.
Com muito calor, atravessamos a divisa com Minas Gerais e, a primeira cidade que lembrávamos para pernoite era Poços de Caldas-MG, para onde fomos. Procuramos pelo Garden Parking (no centro, perto das Thermas Antonio Carlos), e o Sr. Ronaldo nos permitiu estacionar novamente (com energia elétrica), pois estivemos lá em 2008. Caminhamos um pouco, passeamos de charrete e, no final da tarde, tomamos um relaxante banho no Thermas.
Nas Thermas Antonio Carlos, existem salas para fisioterapia, com aparelhos alemães, fabricados no início de 1900
Domingo, dia dos pais, fomos à feirinha de arte e artesanato de Poços de Caldas, depois ao Shopping acessar internet wi-fi. Aproveitamos para ir ao supermercado e, seguimos para Caldas-MG, que vimos via net que tem camping.
O camping é o Bosque das Fontes, em Pocinhos (uns 15km de Caldas), mas a área destinada ao camping demonstra algo abandonada, além do valor elevado (pediram R$ 60,00 por dia). Além disso, a senhora que nos recebeu foi bastante grosseira, limitando-se a informar o valor, perguntando “vão ficar ou não?” Com nossa negativa decorrente do elevado valor, virou as costas, irritada.
Voltamos para Caldas e almoçamos no mhome, na praça da cidade. As 13:45h, seguimos viagem até Pouso Alegre-MG. Depois de Ipuiuna, com a rodovia em obras, diminuímos muito a velocidade. Embora em restauro, a estrada não apresenta buracos ou crateras. As paisagens são lindas, com curvas acentuadas, serpenteando pela serra.
Seguimos viagem e, em Pouso Alegre tentamos parar para descansar e pernoitar, mas a cidade é maior, trânsito difícil. Apenas fotografamos e continuamos a viagem passando por Piranguinho (terra do pede moleque!) e Itajubá. Pernoitamos em Maria da Fé.
Nos arredores de Maria da Fé, a altitude já é de 1.260m e, de acordo com o jornal local, foi a cidade mais fria da região durante esta noite (8ºC). A cidade vive basicamente de agricultura (café), o que caracteriza habitantes mais humildes. Pernoitamos estacionados próximo ao pequeno quartel da Polícia Militar.
Seguimos viagem com a intenção de chegar a São Lourenço, mas antes fizemos uma parada em Cristina. Cidade antiga, com muitas e acentuadas ladeiras. Fotografamos a igreja, prédios e a desativada estação de trem, hoje museu.
As 11h chegamos em São Lourenço-MG, terra das águas. Estacionamos perto do belíssimo Parque das Águas e fomos à feirinha de artesanato, onde compramos camisetas. Almoçamos no restaurante Casarão, comida típica mineira, uma delícia, por quilo ou livre. Porém o inconveniente foi um ativo fumante dentro do restaurante, nociva conivência com a permissiva direção, que nos obrigou a mudar de mesa, carregando pratos e bebidas, em pleno almoço.
Após o almoço, fomos procurar nossos colegas Sérgio e Aparecida (Kombi Westfalia). Apenas nos conhecíamos pela internet (acompanham nosso blog), mas ao encontrá-los, pareceu já nos conhecer a bom tempo.
Aparecida fez pães de queijo (mineiros) e um bolo de fubá cremoso, deliciosos. À tardinha fomos caminhar um pouco na cidade, que surpreendeu pelo agitado movimento nas ruas: muitos carros e ônibus; apesar de ter apenas 50 mil habitantes (aproximadamente).
Dia seguinte, estacionamos na frente do parque das águas e passamos a manhã toda caminhando e provando das várias fontes de água. O parque surpreende pela beleza, dimensão, organização e limpeza.
Possui várias fontes de água mineral, com propriedades diferentes (ferruginosa, alcalina, carbonatada, etc.). Há um restaurante (apenas buffet), lojinhas, lago com pedalinhos e, claro, o majestoso balneário, onde oferecem banhos diversos e massagens.
Almoçamos no shopping da cidade e aproveitamos para visitar a igreja, muito imponente.
À tarde voltamos para a casa do Sérgio e Aparecida, conversamos, pedimos informações sobre campings e lugares, vimos fotos e fomos descansar para, no dia seguinte sair cedo para Guaratinguetá (Clube dos 500).
Saímos de São Lourenço-MG, por rodovias sinuosas, mas em bom estado de conservação, com exceção dos trechos em São Paulo, até chegarmos à BR-116 (Via Dutra).
Paramos no Posto Graal Três Garças para lanchar e acessarmos internet, que estava um pouco difícil, mas com auxílio do Sr. Michel (supervisor), tudo funcionou. Abastecemos diesel (R$ 1,839 /litro). Seguimos pela Via Dutra, com muito movimento, caminhões em alta velocidade e intenso calor. Desistimos do Clube dos 500 e optamos em ir para a praia de Ubatuba-SP.
Em Taubaté-SP seguimos pela esquerda (SP-171) para ir pela estrada da serra, a qual nossos colegas já alertaram: é muito sinuosa. Ao longo da rodovia várias placas indicavam a proibição para ônibus e caminhões, e “DESÇA COM A 1ª OU 2ª MARCHA ENGATADA!”
Ao chegarmos ao começo da serra descortinamos uma visão belíssima: mar e ilhas!.
Bom, estávamos contentes com as curvas anteriores, mas não sabíamos o que nos esperava, o GPS mostrava cotovelos, curvas com cantos, e a altitude 1.000m.
Descemos cerca de 1.000m em apenas 12km, com o motor em alta rotação e, normalmente, em reduzida 2ª marcha, intermitentemente auxiliado pelo freio.
A serra é linda, as paisagens são belíssimas, existem alguns pontos de parada para socorro. Mas é diferente das rodovias que já havíamos passado (incluindo a Graciosa-PR), as descidas são extremamente íngremes e as curvas realmente muito fechadas. Em muitas curvas, o alerta “co-piloto” tem de visualizar com atenção, pois é necessária invasão na pista contrária para manobrar.
Havia pouco movimento o que facilitou bastante, mas imaginamos que subir esta serra deve ser quase impossível, em função das curvas e a invisibilidade de carros em sentido contrário. Acreditamos que a opção para subir e para caminhões (ou mhomes maiores) é pela SP-099 (dos Tamoios), o que deve aumentar o movimento por lá.
À tardinha chegamos em Ubatuba, fizemos uma parada rápida no supermercado e fomos procurar os campings indicados. Apenas o camping do CCB (20km) estava funcionando. Bem cuidado, com vários trailers e mhomes estacionados, embora poucos ocupados. Nosso vizinho de fundos é o Atlântico, com água calma, transparente,.. uma turquesa viva e líquida.
Esperamos aqui poder nos recuperar das longas jornadas, com tranquilidade, caminhando pela areia da praia, lendo os vários livros que trouxemos e, importante, estabelecendo mais e ótimas amizades.
Ainda não sabemos quantos dias ficaremos por aqui, mas torcemos para que sejam belos dias de sol, abençoados pelo Criador. Até logo!
5 comentários:
Muito bom vcs terem voltados a relatar as suas viavens. Ficava quase diaramente clicando no Bolg pra ver se tinha novidades, portanto já li tudo e tô a espara de mais relatos. Aproveitem bem Ubatuba onde conheço bem, e se puderem visitem Parati-RJ ao Norte, e com certeza vcs irão adorar de Caldas Novas-GO, portanto moro a 175Km de distância, na linda Goiânia. Sejam bem vindos ao nosso estado e bons passeios!!!
Olá, como estao indo na viagem. Gostei muito de conhece~los pessoalmente. Sao pessoas de bom astral e muito agradáveis. Obrigado pela visita a nõs e a minha cidade. Aguardamos a próxima. Gostei das fotos e relatos sobre a cidade de Brotas. Aproveitem bem o litoral paulista.
Abraços,
Sérgio e Aparecida.
Olá. Obrigado pela visita a nós e a nossa cidade. Vcs. são pessoas muito simpáticas e comunicativas. Por isso, a cada viagem, aumentam o número de amigos. Gostei muito das fotos e relatos de Brotas. Aproveitem bem o litoral paulista. Até a próxima.
Abraços,
Sérgio e Aparecida.
Olá Wolber, obrigados pelo comentário. É bom saber que nossas informações auxiliam os colegas. Quanto a Goiás, infelizmente ficará para a próxima, mas cm certeza iremos, assim que encontrarmos companhia novamente. Quem sabe passando perto de Goiania passamos para visitálos... Abraços
Olás Aparecida e Sérgio! Também foi muito agradável conhecê-los, como já dissemos, pesoalmente é melhor que apenas pela inernet. Esperamos nos encontrar novamente pelas estradas, campings. Ainda estamos saboreando um queijinho de São Lourenço-MG. Enviem a foto quando puderem. Abraços. San&Dan
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