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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Viagem ao Chile (Via aérea) / setembro/2010

Esta viagem aconteceu em setembro/2010; mas como haviam outras preferências de publicação no Blog, estamos postando apenas agora. Boa Viagem.
Este blog denomina-se Feliz Motor Home, clara alusão à conveniência de levar junto “nossa casa”,assim como conhecer lugares, fazer e rever amigos.  Apreciamos a liberdade e o conforto que ele nos oferece. Com ele não dependemos de dia e hora certos para ir, vir, chegar, partir.
Mas em comemoração aos nossos 10 anos de união, e ao pouco tempo disponível, decidimos fazer uma viagem aérea, ao exterior.  E, como eu nunca havia viajado de avião,  Darlou sugeriu a ida à Santiago - Chile, pois são poucas horas de vôo, o país é lindo, tem muitas coisas para  fazer, ver, conhecer. Identifica-se com países europeus, algo como primeiro mundo na América do Sul.
Adquirimos um pacote turístico em uma agência de viagens de nossa cidade (Toledo-PR), com as despesas de hotel, aeroporto, passagens aéreas, passeios turísticos e traslados incluídos. A saída por  Puerto Iguazu (Argentina), onde os preços são mais viáveis e, aparentemente os transtornos de aeroporto seriam bem menores, pois não precisaríamos ir até São Paulo para fazer a escala de vôo doméstico para o internacional.
De Puerto Iguazu, fomos em vôo doméstico até Buenos Aires. Lá fizemos a troca de setor no aeroporto e seguimos com vôo internacional até Santiago, Chile.  Embora pareça simples, no dia de nossa saída, uma espessa neblina se instalou e o vôo, que deveria sair as 9:40h, depois de muita, muita espera (ansiedade a mil), finalmente saiu as 13:30h !!.
Iguazú 03 09 2010  002 Iguazu
Ao chegarmos em Buenos Aires (15:40h), recebemos a notícia (óbvia) que havíamos perdido a conexão, e que deveríamos procurar pela companhia aérea, para que  mudassem nossas passagens e nos encaixassem no próximo vôo.
A companhia aérea era a Aerolineas Argentinas.  Nos mandaram ir para um lado, para outro, não é neste guichê, tente naquele, aqui é só venda de passagens, etc… E cada lugar muito distante do outro. Já não aguentávamos mais e minha vontade era de ir para a rodoviária e pegar um ônibus de volta…  Até que, numa infindável e irritante peregrinação de várias horas, uma atendente, vendo nosso demonstrado estresse, decidiu solucionar nosso problema. Alterou nossas passagens e nos colocou no vôo que sairia 18:15h. Nos deu até um lanchinho de cortesia (meio sanduiche de pão fatiado!).
Sairia às 18:15h, mas saiu após as  22:40h.  A bordo, o lanche era um sanduíche, um croissant doce, refrigerante, água, café e chá. Eu não consegui comer nada, pois estava muito tensa.   Já estávamos muito cansados, um dia todo no aeroporto, tensão, expectativa, irritação,.. E agora, mais uma dúvida nos incomodava: como iríamos do aeroporto até o hotel, quanto nos cobrariam pelo táxi, e será que nos receberiam no hotel àquela hora?…
Quando o piloto informou: “Vamos começar a passar pela cordilheira dos Andes, nossa altitude é de 10.500m, nossa velocidade é de 750km/h, a temperatura lá fora é de 60ºC negativos, e em Santiago do Chile é de 15ºC”.  Suponho que nunca mais vou esquecer destas palavras, de como somos pequenos, e por vezes não sabemos a dimensão do infinito que nos rodeia …
Muito bonito de ver ao longe as luzes das vilas e cidades, e Santiago se descortinando após a cordilheira…
005 Santiago
Foi nossa agradável surpresa, ao chegarmos no saguão do aeroporto, vermos nosso nome em um cartaz: um senhor gentilmente nos dando as boas vindas. Ele nos esperou cerca de sete horas!  Perguntou sobre a viagem, o cansaço, e ainda: “Y las malas? donde están? aún no llegaron? “  E ficou surpreso quando lhe respondemos que era só aquela bagagem de mão: 3 sacolas, pois já sabemos das confusões das bagagens despachadas.
Nos acomodou no veículo, e depois da “viagem” até  a cidade, chegamos no Hotel: Santiago Park Plaza (http://www.parkplaza.cl/espanol/index.html).  Também nos receberam muito amavelmente, oferecendo um drink cortesia, e em poucos minutos estávamos alojados em nosso quarto. E aí sim, comi os “guardados” lanches do avião… 
007 Hotel   009 Hotel
Tomamos um bom banho, organizamos as coisas mais urgentes, e fomos dormir, pois já havia um bilhete de nosso guia lembrando que o passeio sairia as 9h da manhã.   Eu não consegui dormir muito bem, o colchão era de molas e qualquer mexida ou respiro mais forte ele sacudia, e o receio: será terremoto? Brasileiro sem noção destes sismos, vai correr para onde?
No café da manhã, mais uma bela surpresa: pães, biscoitos, massas, muitas frutas (frescas e conservas), embutidos e queijos, omelete, croissants, panquecas, sucos, granola,… dá até água na boca só de lembrar.   Tomamos um bom desjejum, afinal, no dia anterior foram apenas fracos lanchinhos. 
Elogios para a agência de turismo First Premium Travel: pontualmente às 9h, o ônibus já estava nos esperando para o city tour. O guia (Marcelo), bastante extrovertido, explicando bem e bastante.  No ônibus de 42 passageiros, duas venezuelanas, o restante brasileiros!. Passeamos pelo centro, Palácio de la Moneda e Intendência, Plaza de Armas, passamos em frente aos museus,  parques e praças.
017 Santiago  026 La Moneda
027 Santiago   029 P de Armas
Subimos até o Cerro San Cristóbal, onde há um bonito parque, e de lá se pode ver a tão esperada cordilheira …  Parecem ser brancas nuves no meio do céu, mas é a cordilheira se mostrando.  Indicando com a seta, nosso hotel visto do cerro.
041 S Cristóvão 044 S Cristóvão alt
Próximo das 13h o guia nos levou ao Shopping Las Condes, onde se encerrava o city tour e poderiamos almoçar.  Um detalhe interessante nos shoppings (ao menos naqueles que fomos): a praça de alimentação não tem preços elevados como nos shoppings brasileiros.  Neste dia, escolhemos um restaurante que parecia menos lotado, do tipo self service (as refeições já prontas, faltando apenas combiná-las); comemos salmão e filé de frango com respectivos acompanhamentos, tomamos um copo de cerveja cada um, e nos custou apenas o equivalente a R$ 24,00. As refeições são  bastante fartas, e é preciso estar com muita fome para conseguir comê-las inteiras.
No próprio shopping foi marcada (para as 14:30h) a saída para a vinícola Concha y Toro. Estávamos cansados, mas como já estava em nosso programa, fomos passear!  Nosso guia da tarde falava apenas espanhol, e bem mais introspecto que o da manhã. Mas também contou diversas passagens da história do povo chileno, do clima que se divide basicamente em três: sul (com muita chuva, vento e frio), Santiago e centro (pouca chuva, umidade baixa, poluição) e norte (nada de chuva – deserto).
A vinícola Concha Y Toro (http://www.conchaytoro.com/es/la-compania/bodegas-y-vinedos/) é muito aprazível, com instalações antigas, bem preservadas. Assistimos a um filme de introdução, bem produzido e com guia da vinícola bastante atenta e explicativa. Os vinhos servidos foram deliciosos.  Visitamos o Casilero del Diablo, uma lenda inventada pelo proprietário para evitar furtos de vinhos estocados  (presença do diabo na adega) e que perdurou por muitos anos.                                 (http://cdd.casillerodeldiablo.com/minisitios/leyenda/index.php).
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Ganhamos taças e compramos uma garrafa de vinho para tomarmos no hotel, afinal não tínhamos bagagem despachada e era impossível carregá-las em bagagem de mão…
Chegamos ao hotel após as 19h e estávamos muito cansados. Fomos até o supermercado e compramos algumas coisas para fazer um bom lanche. Tomamos banho e descansamos, pois no outro dia sairíamos ainda mais cedo para irmos às cidades litorâneas de Viña del Mar e Valparaíso.
No dia seguinte, tomamos o saboroso café da manhã e às 8:00h nosso guia chegou para o passeio. Era um senhor com mais idade, surpreendeu pelas informações e pelo conhecimento demonstrado. Conversando com ele de modo mais reservado,  informou-nos que era professor universitário (história e geografia) durante a noite e, durante o dia trabalhava como guia, conhecia pessoas e passeava.
O percurso até Viña del Mar é bastante longo, mas a paisagem distrai um pouco: primeiro os arredores de Santiago; depois as plantações de frutas, de todos os tipos; em seguida as oliveiras; os parrerais; as montanhas; e por fim, chegamos ao Oceano Pacífico…  
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O Pacífico se confunde com o céu no horizonte, parecendo um azul sem fim. E fomos agraciados com um lindo dia de sol e sem bruma.
Passeamos pelas cidades em alguns pontos de interesse: mirante do porto, relógio de flores, almoço no centrinho, “Moai” construido pelos RAPANUI  (da lha de Páscoa). Foi um dia cansativo, mas um passeio maravilhoso. Infelizmente, faltou a liberdade de estar de mhome, para podermos parar nas feirinhas de artesanato, lojas de antiguidades, usufruir das cores e odores dos mercados públicos, ver as coisas com mais calma…
Encontramos até um encontro de fuscas (escarabajos y kombis), que ocorre somente uma vez por ano e, coincidentemente estávamos lá para ver…
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Durante nosso passeio, vimos várias curiosas placas de sinalização (desenho de onda e seta).  Nosso guia informou que Valparaíso está preparada e faz constantes treinamentos para uma catástrofe há muito anunciada: um maremoto, que poderá até acabar com a cidade. Somente então passamos a observar os prédios, shoppings, ruas e calçadas com mais atenção aos pequenos detalhes (emergenciais rotas de fuga, vias de evacuação). Realmente constituem um país de primeiro mundo, com cultura e planejamento até para possíveis catástrofes…
Retornamos ao hotel, já quase 20h, e saímos para lanchar no shopping em frente, onde saboreamos um prato com frango e bastante salada, dois copos de cerveja, por apenas R$ 20,00.  Cada vez mais nos convencemos de que as refeições e despesas em geral podem ser reduzidas. Há locais com preços altos, mas é preciso saber escolher.
Enfim (ufa) um dia livre! Acordamos um pouco mais tarde, saboreamos o café da manhã sem pressa, e fomos passear no centro da cidade, de metrô.  Tarifa R$ 1,80; rápido, eficiente, limpo, com ar condicionado,… A cada sete minutos chega uma nova composição (com 10 vagões).  Não é meio de transporte dos “pobres” (enlatados, como no nosso país), mas sim de todos os que buscam eficiência, praticidade, sem preocupações com o estacionamento do carro ou com o trânsito conturbado. Este metrô é um luxo.
186 Metro  187 Metro
Aproveitamos nosso dia livre para visitar igrejas,  a Biblioteca Nacional, o Mercado Municipal (onde há, basicamente, venda de peixes e frutos do mar  e  alguns restaurantes).
 137 Mercado  143 Mercado
131 Santiago  134 Correios
Após o almoço, fomos na Plaza de Armas, no centro de informações turísticas e subimos o  Cerro Santa Lucía. Este cerro era apenas uma imensa rocha, com rara vegetação.  No século XIX (1870), o governo convocou os presos (criminosos) para colocarem e distribuirem terra, plantas, árvores no grande outeiro.  Assim, tantos anos depois, o local ficou lindo, possui lindas vistas.  Embora o elevador estivesse desativado (em função do terremoto de fevereiro/2010), havia ainda algumas pedras e barreiras caídas, mas nada que afetasse sua beleza.
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Visitamos a feirinha municipal de artesãos, compramos lembrancinhas e presentes.
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Depois de um bom banho,  fomos no shopping em frente do hotel, comer no “Oh!Salad”. Muito bom,  pegamos apenas uma porção e ficamos satisfeitos: um pote com uns 5 tipos de saladas, queijos, presunto, pão, molhos; delicioso (por  R$ 14,00!!).
No dia seguinte, tentamos ir até o Valle Nevado (início dos Andes), mas soubemos que o transporte sairia a partir das 9h da manhã e apenas começaria a voltar depois das 16h.  Como queríamos apenas olhar a neve, tocar, fotografar, e não esquiar, optamos por deixar para uma próxima vez, quem sabe quando formos de mhome…
Fomos então passear novamente na cidade : igrejas, biblioteca, museus, Plaza de Armas, lojas e supermercados.
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Voltamos para o hotel e arrumamos nossa bagagem para a partida no dia seguinte. Optamos por jantarmos no hotel, afinal, ainda não havíamos degustado nosso drink de cortesia (oferecido na chegada).
Ao chegarmos no restaurante, nos deparamos com mesas postas, garçons à carater, e um violinista tocando músicas clássicas!.  Decidimos pela extravagância: um jantar requintado no hotel.  Havia uma maravilhosa mesa de buffet com frios, canapés, queijos; um “pisco sur” de entrada e vinho branco para acompanhar o jantar, com o prato quente.  E para completar, uma repleta mesa de sobremesas,  saborosas.  Enfim, nossa extravagância nem custou tanto assim, e foi um ótimo presente que nos ofertamos …
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Depois do violinista, interpretando emocionantes erutitas, veio uma cantora de música popular brasileira, cantando Elis Regina, Tom Jobim, e tantas outras lindas músicas antigas. 
Foi tudo maravilhoso, o Chile é um país educado, evoluído; vale a pena voltar novamente; pena que estes dias passaram rápido, pena que eu tenha temor destas máquinas voadoras…
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Na saída, nossa agência de turismo nos pegaria no hotel as 6:30h, então nem café da manhã tomamos. Novamente nos surpreendemos com as palavras da guia: onde estão as malas? só estas? mas então vocês não podem ser brasileiros, eles tem as maiores e mais pesadas malas que já carregamos!   E para comprovar, nos seguintes dois hotéis que pegaram brasileiros, as malas denunciavam sua nacionalidade…
Nenhum problema com a saída de Santiago, vôo tranquilo até Buenos Aires. Mas ainda continuei sem conseguir comer ou me mexer no avião… Apenas uma foto, e a cordilheira vista do alto é maravilhosa e indescritível!!
192 a bordo  197 Andes
199 Andes 
Em Buenos Aires lanchamos, e esperamos muito, pois o vôo atrasou quase duas horas, com minha ansiedade aumentando.  Para piorar, o avião foi até o final da pista, tentou decolar e voltou para o acostamento, muito longe da área de embarque. Tentava ganhar força e “puff”, apagava  tudo (ar, luzes, motores).
Vieram mecânicos, outros técnicos e mais outros… Três passageiros argentinos deram um “carteiraço” e exigiram sair  do avião. Um ônibus veio buscá-los. Minha vontade era de sair também, mas os comissários de bordo exigiam que todos permanecessem sentados.  Eu queria sair daquele avião. A  única coisa que consegui fazer durante todo o tempo foi rezar, pedir que Deus mantivesse os motores sem fazer “puff” a 10 mil metros de altura. Não sei se Deus entende de aviões, mas com certeza me ouviu,  pois o vôo foi muito tranquilo.
215 B Aires  217 B Aires
Chegamos bem, vôo sem qualquer turbulência e, no aeroporto de Puerto Iguazu, nos esperava o sr. Vitor, conforme havíamos combinado na ida. Nos levou até o hotel AVM (em Foz do Iguaçu), onde estava nosso querido Fusca 1969 a nos esperar. Jantamos no hotel e, no dia seguinte, fomos para casa.
Agora mais felizes: Darlou por ter voltado ao Chile, desta vez com tempo bom, ótimas fotos. Eu por ter viajado de avião e  visitado um país tão fantástico.  Esperamos que, em breve consigamos retornar, desta vez com o mhome, sem pressa, conhecer cada cantinho do fascinante país, que impressiona pela cultura de seu povo, hospitalidade e beleza.
Abraços e até a próxima (de mhome, certamente)…
Dois Atlânticos e um Pacífico 181 Santiago

Um comentário:

Familia Silva disse...

Que bela Viagem ! Mas concordo que melhor ainda é de MH. Quanto a Lapa realmente é um local muito agradável e o evento estava nota 10.

Abraços, Familia Silva.