Em Barcelona!
Esta metrópole de 1,6 milhão de habitantes, capital da Catalunha (8 milhões de pessoas falam catalão, assim como todos os canais de televisão que acessamos), é importante pólo industrial, comercial, econômico, portuário (dos mais movimentados do Mediterrâneo), histórico e cultural da Espanha, conhecida pela arquitetura artística do modernismo no início do séc. XX. Sistema de metrô eficiente. A parte mais antiga da cidade foi escolhida pelos romanos (27a.C.-14d.C) para fundar a colônia, conhecida como Bairro Gótico, atual centro de Barcelona, com a Catedral e o Palácio Real (onde Colombo foi recebido quando voltou da viagem ao Novo Mundo, em 1492). Há um forte movimento político e social para tornar a Catalunya (que inclui parte da Espanha e França) um país independente.
Em nosso passeio, iniciamos de metrô (€10,30/10 viagens), fomos até a área portuária, fotografamos o monumento a Colón, o prédio do antigo porto e aduana, alguns belos edifícios. Visitamos o Museu Marítimo (€4), com exposição de barcos, viagens, equipamentos, história da navegação; tudo no prédio da Reals Drassenes, com mais de 800 anos!
Com o mesmo ingresso, podemos visitar o barco Santa Eulália (1918), que viajou comercialmente por vários anos, mas estava há mais de 30 abandonado, quando o Museu Marítimo o adquiriu em 1997, fazendo-o passar por minuciosa restauração.
Almoçamos novamente num fast food (rápido e barato) e depois, de metrô até a Sagrada Família; com um confuso e longo labirinto subterrâneo nas trocas de linha (baldeações).
Chegamos na Sagrada Família, e o visual externo já impressiona, pelas dimensões e forma; as gruas da obra, ainda inacabada, também chamam atenção. Uma imensa fila para a compra de tickets: €25,60 (para dois). Entramos pela Porta da Paixão (Páscoa), com figuras bem estilizadas, os rostos tristes, onde Jesus é mostrado como homem (crucificado nu, sem panos cobrindo partes, como vemos frequentemente).
Ao entrar na igreja, a sensação é indescritível: imensos pilares arborizados, sobem até as pontas das cúpulas; os vitrais (inacabados), com os efeitos de luz e cor (quentes e frias); as aberturas hiperbólicas de algumas cúpulas para a “captação e transmissão” de luz…
A obra foi iniciada em 1883, projetada por Antonio Gaudí, arquiteto e “iluminado” quanto à elaboração dos projetos, com soluções baseadas na análise da natureza. Nasceu em 1852, trabalhou 43 anos na obra da Sagrada Família (tinha cama e escritório na obra), aplicou profundos conhecimentos de geometria espacial. Faleceu em 1926, atropelado por um bonde (!); foi sepultado na cripta da própria igreja, e desde 1992 está em processo de beatificação.
Após longo tempo admirando a parte interna, saímos para ver a Porta da Natividade, onde as figuras são o mais próximo possível da realidade, retratando o nascimento de Jesus e alguns acontecimentos correlatos da época (por exemplo, quando Herodes mandou matar todos os recém-nascidos).
Em seguida, fomos ao subsolo, onde estão expostas maquetes, desenhos, modelos (em gesso, papel, madeira,…); alguns esquemas de medição de esforços em laboratório, usando a gravidade: fios de tecido fazendo as tramas dos pilares e arcos (igreja de “ponta cabeça”), com pesos nas pontas, calculando assim (de modo preciso e natural), todos os ângulos e tensões!
Também visualizamos o laboratório montado para a contínua análise dos projetos de Gaudí e a elaboração dos itens faltantes para a conclusão da obra, com alguns modelos e maquetes em gesso.
A Sagrada Família é efetivamente igreja (templo religioso) apenas desde 2010, quando foi concluído o fechamento da nave central, com a benção do Papa Bento XVI. Calcula-se que mais de 2000 pessoas visitam-na diariamente e, como paga-se em média €15 por pessoa (incluindo torres, cripta, capelas,… pode chegar a €40/pessoa), imagina-se que o montante justifica a continuidade da obra, as equipes de profissionais, laboratórios de análises e, principalmente a vinculação ao Vaticano.
Novo dia e lá fomos nos passear em Barcelona novamente; de metrô até a Feira Encants Vells (ao lado da Plaza de las Glories Catalanes). Imenso local, com mais de 500 expositores, onde encontra-se quase tudo: ferramentas, tecidos, roupas, calçados, quinquilharias, objetos de decoração; novos ou usados. Mas o que chama a atenção são as antiguidades, em algumas lojas espalhadas (mais organizadas) ou a miscelânea no subsolo (parece que “limparam” uma casa antiga e soltaram os objetos ali). Aqui lembramos de nossos amigos que adoram antiguidades…
Como as coincidências acontecem, vimos um tecido lindo, com estampas de máquinas de costurar antigas e entramos na lojinha para questionar o preço; ao que o atendente questionou se éramos brasileiros (estávamos com bandeiras nos casacos). Sr. Luciano, também do Brasil estava auxiliando um amigo, na loja; breve bate-papo e troca de e-mails, compramos nosso tecido e continuamos nosso passeio…
Da feira, tomamos o metrô novamente e fomos até a Catedral de Barcelona, construída sobre uma fundação visigótica (séc. XV, fachada e agulha séc. XIX), abriga belos claustros góticos e cadeiras séc. XV; possui em sua cripta o sarcófago de Santa Eulália. Estava lotada, pois até as 12h a visita é gratuita às áreas comuns.
Almoçamos bem perto, em fast food, (com tickets de descontos que recebemos ontem!) e, com mais uns poucos metros, estávamos no Mercado de Santa Catarina, com frutas, verduras e legumes, carnes, presuntos, pães, restaurantes. Compramos deliciosos bolinhos de laranja, como sobremesa…
Apesar do mapa um pouco confuso, caminhamos até o Arco do Triunfo, imenso e lindo; seu jardim e arredores impecáveis. Na outra ponta, a Ciutadela (parque que foi montado para a Exposição Internacional de 1888).
Já muito cansados, procurando por um cafezinho, chegamos à Estacion de Francia (trens intermunicipais, interestaduais e internacionais).
Mais uma caminhada e fomos saborear um capuccino com croissant de amêndoas, na loja Capuccino, bem perto da estação Jaume I (metrô), a qual logo utilizamos para voltar para o mhome.
Amanhã seguiremos viagem, em breve novas informações…
San&Dan
6 comentários:
Muito boa a descrição do que vão vendo e sempre acompanhada de belas fotos.
Boa continuação.
Que deleite ler seus relatos...é sentir-se junto a vcs nesta viagem.
Aproveitem a proximidade e conheçam Montserrat...60 Km de Barcelona.
Creio que irão gostar. abraços Denise Scheidt
Nossa!!
Isso que eu chamo de belo passeio.
Um banho de turismo e cultura, parabens pela capacidade de síntese.
Obrigado pela disposição de dividir conosco aficionados por Mhomes, esta bela viagem.
Se não for pedir demais daria para nos informar a média de gastos por dia?
Forte abraço e felicidades.
Olá Denise:
Obrigados pelos elogios, a dica ficará anotada...
Abraços
San&Dan
Olá Artur de Cristo:
Agradecemos pela visita e pelo comentário; a intenção é auxiliar nossos colegas mhomistas, facilitar sua busca...
Quanto às despesas, pode ter certeza, é semelhante a viajar no Brasil...
Mande seu e-mail, para podermos manter contato.
San & Dan
Muito gostoso acompanhar vocês nessa fantástica viagem, é meu sonho!
Fico ansioso esperando a próxima postagem, é como um livro bom, você não vê a hora de ler o próximo capítulo.
Boa viagem e fiquem com Deus
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