Viagem pela Europa – parte 14 (França)

 

Bonjour!

O dia amanheceu gelado em Les Andelys, mas o sol e céu azul animaram e saímos em direção à Chartres. O GPS chegou certo à primeira cidade: Vernon.

Vernon parece que parou no tempo: casas enxaimel, do séc XV e XVI; algumas inclinadas após tantos anos, mas de beleza rara e simples.  A catedral ainda guarda alguns vestígios da 2ª Guerra (paredes refeitas, vitrais destruídos)…

 

 

Após uma rua bloqueada e algumas manobras, reprogramamos o GPS e ele pregou uma “peça”, nos levando por uma estradinha estreita, onde só cabia o mhome e nem constava nos mapas.  Enfim, após 40km, chegamos à Anet. Lá vimos uma bela construção e estacionamos o mhome: (o erro gerou um acerto!) era o castelo onde Diane de Poitiers (amante do Rei Henrique II), viveu seus últimos anos, ao lado está seu mausoléu.

 

  

Depois, não encontrando local de pernoite, seguimos pela estrada até que, a uns 10km antes de Chartres já avistamos sua catedral.  Seguimos algumas placas indicativas de camping e chegamos ao “oásis”: camping Les Bordes de L’Eure, €18,70 (mhome+2 pessoas+luz+internet na recepção); ótimo e às margens do rio Eure.

O camping estava quase lotado (raro nesta época do ano): estava ocorrendo um encontro de trailers e mhomes da Holanda.  Uns 20, vão percorrer também Espanha e Portugal.

 

 

O domingo (sem circulação de ônibus) amanheceu frio, mas fomos a pé até o centro e catedral. Chegamos ainda no horário da missa e, deste modo ouvimos o belo órgão. Infelizmente, quando acaba a missa, apagam todas as luzes, dificultando ainda mais qualquer tentativa de fotos (motivo comercial: venda de DVDs, postais, livros com fotos,…).

A catedral gótica, com reputação de ser “a bíblia em pedra e vidro”, pois várias passagens estão nas paredes, colunas e vitrais. Sofreu poucas alterações desde 1250 (início em 1020), pois Chartres foi poupada pela Revolução Francesa e pelas guerras. Um imenso labirinto no piso, antigamente era percorrido pelos fiéis ajoelhados, agora encoberto pelos bancos.

  

 

 

Após o almoço, fizemos passeio de trenzinho turístico, mas deixa a desejar, pois não permite paradas e as informações muito elementares. Voltamos para camping (a pé), fotografamos construções e paisagem. Aproveitamos o tempo para lavar as roupas na máquina (€6,00 lavar e secar).

 

 

Novo dia e após os deságues fomos para a estrada, seguindo para a região dos castelos. Em Chateaudun fizemos parada no castelo, igreja e praça.   Para sairmos do estacionamento um estresse: uma rua larga era contramão, havia um carro estacionado em local proibido e, as demais ruas estreitas. Após umas 10 centimétricas manobras de idas e vindas, com a San sinalizando, conseguimos sair do sufoco… com todos os demais motoristas esperando, obviamente!   Alguns prédios históricos estão confinados entre outros modernos e, por vezes, fazemos peripécias para fotografá-los (subir em muros, andaimes,…).

  

 

Mais alguns km e chegamos em Blois, erramos uma rua que deveríamos dobrar e “perdidos”, saímos direto na área de serviço para mhomes! Central, automática, (acionamento por pagamento com cartão), apenas €5,00 por 24h, com toilettes (pagos  €0,20). Disponibilidade de água, deságue de esgoto e wc químico (N 47º35’12,2 E 001º19’32,8”). Havia lá uns 30 mhomes, com local para mais…

 

Fomos passear um pouco pela cidade, com um desagradável atendimento no Office de Tourisme, secamente apenas nos deu um mapa. Descemos pela escadaria (na cidade se está subindo ou descendo!), até a praça Louis XV, o rio Loire a igreja St-Nicolas, paredes rachadas, tela sobre bancos (em péssimo estado).

 

 

Fotos da ponte  e do Loire; aí começamos a subir até a Catedral, muito bonita, lá ouvimos um ensaio de órgão.  Nos fundos o Hôtel de Ville e o Roseraie (jardins).

   

 

 

Pela manhã fomos visitar o Château Real de Blois (€10,00 cada); belas salas com pinturas e esculturas; os quartos do Rei Henrique III e da Rainha Catarina de Médicis. Após o séc. XVIII o castelo foi abandonado pela realeza, servindo como aposentos de antigos serviçais; depois tornou-se quartel militar, fato que o preservou na Revolução Francesa. Em 1840 começaram os trabalhos de restauração e transformação em monumento histórico. Possui uma pequena capela e torre com bela vista.  O castelo possui uma rampa helicoidal para os cavalos e charretes reais subirem aos jardins… uns 5 pavimentos!  Ficamos umas 3h visitando o castelo, e acreditamos que ainda faltou tempo…

   

 

 

 

Após as 14h saímos de Blois, seguindo o rio Loir; a paisagem é bonita. Sol e calor (que contraste!). Logo chegamos a Chaumont Sur Loire, com seu belo castelo avistado da rodovia. Mais uma castelo (€9,00 cada); lindo, com aparência de castelo de princesa, muitas peças restauradas (lindamente), mas outras armazenadas no sótão… 

  

 

Depois, fomos a Amboise e, na ilha, o camping municipal de L’ile d’Or, €12,80 p/ mhome+2 pessoas+luz+internet (N 47º24’59,9 E 000º59’14,8”).  Lindo, perfeito, instalações modernas…

 

Aproveitamos o friozinho para ficar no camping, organizar mhome, acessar internet, fazer almoço,… À tarde, fomos passear no centro e no castelo Real de Amboise (€10,20 cada).

O Château (castelo) está preservado, belas salas e mobiliário; na capela São Humberto estão os restos mortais de Leonardo da Vinci, que veio morar em Amboise em 1516.   Entre os séc. XVII-XVIII, a corte deixou definitivamente a região do Loire, e o castelo foi “abandonado”, sem manutenção. Suas masmorras e torres serviam para alojar prisioneiros de guerra e inimigos de Estado.  Em 1786 o Château foi adquirido pelo Duque de Penthièvre, primo de Louis XVI.

  

Confiscado pela Revolução Francesa, sofreu incêndio e foi alvo de movimentos para destruí-lo, apenas uma quinta parte das construções restaram. Algumas intervenções e melhorias foram feitas. O castelo foi tomado pelo governo quando da abdicação de Louis-Philippe de Órleans e está aberto para visitação desde o séc. XIX.

 

 

 

Após a visita ao castelo, caminhamos por algumas ruas do centro, nos assustamos com os preços (assim como no supermercado), bem maiores que em outras cidades turísticas…

Voltamos para mhome, bom banho e lanche. Amanhã estrada novamente.  Abraços e até breve…