Viagem para Argentina - maio/2022 (parte 01)

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Olá!

Após muito planejar roteiros, organizando documentos, questionando amigos brasileiros e argentinos, decidimos realizar uma nova viagem à Argentina e, desta vez, rumo ao norte do país.

Como muitas regras e exigências mudaram após a pandemia de Covid-19, as permissões de entrada na Argentina também se alteraram (e, geralmente, a cada mês surgem alterações).

Apesar de residirmos próximo a Foz do Iguaçu e, como as filas para aduana podem ali chegar a várias horas, optamos por atravessar a fronteira em Dionísio Cerqueira-SC / Bernardo Irigoyen-AR. Entramos com os passaportes (para não precisar preencher o Permisso) e, além dele, a Declaracion Jurada Argentina (https://ddjj.migraciones.gob.ar), que deve ser preenchida no máximo 48h antes de ingressar na Argentina, o Seguro Saúde Viagem com cobertura para Covid-19, Certificados de vacina; documento do veículo e o Seguro Carta Verde.

Os trâmites foram bastante rápidos, pois a Declaração Jurada já tínhamos enviado. O agente da Aduana fez as conferências de todos os documentos e informações, incluindo o Seguro Saúde e fomos autorizados a seguir viagem.

Céu azul e estrada, animam a seguir - San&Dan

Fizemos a primeira parada no mercado El Porteño, para nos atualizarmos do câmbio local e dos preços (poucas coisas realmente compensam, pois a maioria está mais cara ou igual ao preço no Brasil). Não havia diesel nos postos da cidade.

Seguimos pela Ruta 14, em bom estado e pouco movimento, mas em nenhum posto havia diesel.

Ao escurecer, chegamos em San Vicente e no Shell havia diesel (apenas S10), mas limitado a 30 litros por veículo. Pernoitamos no posto, mesmo com bastante movimento. (desde a saída rodamos 375km).

Shell San Vicente - San&Dan

Nosso cantinho para pernoite - San&Dan

Pela manhã, conseguimos completar o tanque e seguir viagem. Em Posadas, procuramos por supermercado (para comprar frios, queijo, frutas, legumes; os quais não podem passar na aduana Argentina...). Notamos alguma dificuldade e pouca variedade. Enfim, compramos o que havia disponível e fomos abastecer, mas nenhum posto de Posadas tinha diesel.

Linda rodovia em Missiones - San&Dan

Parada para ver o vale - San&Dan

Chegando em Posadas - San&Dan

Seguimos para a rodovia, conseguimos abastecer em Ita-Ibate (30 litros). Ali conhecemos Veronica y Adolfo, campistas argentinos muito gentis. Trocamos informações e seguimos acompanhando-os até a próxima parada para pernoite: o YPF na Ruta 12, uns 20km antes de Corrientes (também sem diesel). (rodamos 490km)

Rodovia boa e céu reluzente - San&Dan

Parada para pernoite - San&Dan

Pela manhã, após trocarmos mais algumas informações, seguimos viagem. No centro de Corrientes conseguimos abastecer e fomos conhecer a Costanera. Tentamos fazer câmbio para Pesos, mas não conseguimos (sábado).

Um detalhe importante: antes da crise da pandemia, os supermercados e alguns postos de combustível aceitavam Dólar como forma de pagamento (com troco em pesos). Agora, não aceitam mais, devido à determinação governamental. Somente Pesos argentinos.

Costanera em Corrientes - San&Dan

A ponte Corrientes - Resistencia - San&Dan

Lindas e antigas construções - San&Dan

Em Resistencia, procurando e questionando no shopping (com muitas lojas desativadas), conseguimos trocar Dólares por Pesos argentinos e ficamos mais tranquilos.

Ponte Corrientes - Resistencia - San&Dan

Costanera de Corrientes - San&Dan

Seguimos agora pela Ruta 16, quase toda em bom estado. No YPF em Machagai fizemos parada para almoçar, descansar, conseguimos encher o tanque de diesel e de água potável.

YPF Machagai - San&Dan

Muito bom YPF de Machagai - San&Dan

Em Presidencia Saenz Peña fomos conhecer o Complexo Termal. É a segunda cidade (em importância e número de habitantes) da província de Chaco. O Complexo termal possui banheiras, piscina, sauna, entre outras terapias, que utiliza água hidrotermal, com propriedades medicinais. Com concentração de 1.500 mgs/litro, três vezes mais sal que na água do mar! Água salgadíssima e um pouco turva, mas bastante agradável a sensação pós-banho.

Pôr-do-sol na estrada - San&Dan

Mais adiante chegamos no Shell em Pampa del Infierno (bastante poeirento, sem wifi, lotado de caminhões, sem combustível, mas, era o que havia no meio do nada...). Vários caminhões brasileiros também parados, para pernoitar. (rodamos 285km)

Novo dia, ao entrar na província de Santiago del Estero a rodovia piorou bastante, é preciso reduzir a velocidade (muitos buracos e falhas). Em Monte Quemado não havia diesel, e o atendimento bastante rude.

Passando por Taco Pozo vimos imensa fila no YPF, e lá fomos nós para tentar abastecer! Os argentinos demoram para abastecer, pois além do veículo ou camionete, levam grandes recipientes para encher com diesel, alguns com 500 litros. Embora o nosso motorhome tem autonomia de 800 km, após 1h de espera, conseguimos completar o tanque. Graças à demora, ali mesmo almoçamos a bordo.

Esperando na fila para abastecer - San&Dan

Em Joaquin V. Gonzales, fizemos parada para cafezinho e encontramos grupo de motos de brasileiros, além dos caminhoneiros que encontramos no dia anterior. Acessamos wifi, trocamos informações e seguimos.

Á tardinha chegamos ao YPF da “rotonda” de acesso à Salta (faltam 50km), não havia diesel, lotado de caminhões, mas optamos por passar a noite ali. Infelizmente, não conseguimos dormir, pois os caminhões não pernoitam, porque estão em constante busca de diesel...

E como é próximo de Salta, fazem ali o transbordo de mercadorias (de uma carreta para várias vans) durante a madrugada, para chegar a tempo nos mercados... (rodamos 525km)

Ruta 9, as montanhas começam a aparecer - San&Dan

A estrada volta a ter curvas - San&Dan

Enfim, amanheceu, e seguimos para Salta, onde conseguimos diesel logo na entrada da cidade. Dali, com ajuda do mapa tentamos chegar ao Camping Carlos Xamena, mas nos perdemos no labirinto da urbe. Conseguimos escolta de um veículo da Polícia, que nos levou até o camping. Tecemos elogios á gentileza destes policiais.

No camping balneário Carlos Xamena (PAr 1.300, para 2 pessoas e motorhome) há poucos pontos com água, wifi só na recepção, a piscina vazia, os banheiros praticamente desativados.

Nós, suíços e franceses - San&Dan

O sol ajudou a secar as roupas - San&Dan

Nos instalamos, lavamos roupas, limpamos o motorhome, enchemos o reservatório de água potável (possuímos dois filtros sequentes de entrada). Almoçamos e fomos descansar um pouco. No final da tarde, fui ao mercado (Makro) ali perto e questionar como passear no centro.

Novo dia, lá fomos nós conhecer o belo centro histórico de Salta, caminhando (uns 40 min.), chegamos na Plaza 9 de Julio (coração da cidade).

O Cabildo de Salta - San&Dan

Salta: fundada em 16 de abril 1582, por Don Hernando de Lerma. Teve seu esplendor no século XVIII, com dezenas de templos e conventos, inúmeros edifícios e residências suntuosas. Seu nome provém do Almará (dialeto nativo), que significa “La Más Bella”. Atualmente, a cidade têm mais de 1 milhão de habitantes, bem servida de atendimento médico e universidades. Grande produtora de grãos (soja e milho), além de ser importante entroncamento para os países próximos (Chile, Bolívia, Peru).

A região possui resquícios de ocupação humana há mais de 12 mil anos, os quais eram grupos nômades, caçadores de guanacos e outros animais. Usavam pedra polida como armas de defesa e caça. Entre 1.500 e 1.000 a.C., formaram as primeiras aldeias, com produção de alimentos e agropastoril.

Visitamos o Cabildo (iniciado em 1582), é a construção mais antiga da cidade; com torre estilo toscana, encimada por um pequeno diabo. Atualmente abriga o amplo Museu Histórico del Norte. Com entrada gratuita e guias com elogiável conhecimento histórico.

Peças indígenas do museu - San&Dan

Antiga bandeira de regimento - San&Dan

Pátio superior do Cabildo - San&Dan

Algumas carruagens - San&Dan

Depois visitamos a Catedral Basílica, do Século XIX, possui três naves, com magnífica ornamentação policrômica e dourada. O Altar Maior possui um imenso resplendor (“Sol”). Conserva imagens ali muito veneradas, como do Senhor e da Virgem dos Milagres. Em seu Panteon, descansam General Güemes e outras figuras ilustres da história da cidade.

Catedral de Salta - San&Dan

Nave, com coloridos e dourados - San&Dan

Altar mor, com imenso sol - San&Dan

Após um rápido almoço nas proximidades, continuamos o passeio. Visitamos a Igreja e Convento de San Francisco (séc. XVIII), destacado pela policromia e por sua torre de estilo renascentista com 53 metros de altura, considerada uma das mais altas da América.

Igreja San Francisco - San&Dan

Nave da igreja San Francisco - San&Dan

Embora fechado, fotografamos o Convento San Bernardo (início Séc. XIX) monastério de carmelitas, a mais antiga construção religiosa de Salta. Seu portal talhado é uma joia da arte colonial.

Convento San Bernardo - San&Dan

Logo chegamos ao Parque San Martin, para acessar o Teleférico (fabricado na suíça, com 25 cabines), e chegar ao topo do Cerro San Bernardo. Pode-se ir também de automóvel ou a pé, em longo caminho sinuoso. No trajeto a pé, há uma Via Crucis e, no topo, a imagem do Redentor com um belíssimo visual de toda a cidade e do Vale de Lerma.

Roldanas do Teleférico - San&Dan

Uma das cabines - San&Dan

Salta, vista desde o Cerro San Bernardo - San&Dan

Salta e uma das cabines durante o trajeto - San&Dan

Cerro San Bernardo - San&Dan

Cansados, mas contentes com os passeios, retornamos para o camping de táxi, com custo muito econômico.

Até a próxima postagem!

Salta (2022) - San&Dan