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quinta-feira, 26 de maio de 2022

Viagem Argentina / Brasil - maio/2022 - (parte 04)

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Olá!

Rodando desde Gob. Ing, Valentin Virasoro até Santo Tomé (Argentina) a rodovia é razoável, mas sentimos muito vento lateral. Quase chegando em Santo Tomé, uma fila de dezenas de caminhões e automóveis: esperavam a chegada de diesel, em falta em vários postos da Argentina.

Extensa fila para abastecer diesel, na Argentina - San&Dan

Índio de Santo Tomé (AR) - San&Dan

Na cidade fronteiriça, fomos a um mercado e depois pagamos o alto valor do pedágio para atravessar a ponte sobre o rio Uruguai (PAr 3.000 ou equivalente a R$90,00). As aduanas (brasileira e argentina) são integradas (no mesmo local), o que facilita a entrada e saída de veículos e pessoas, no entanto, havia centenas de caminhões (carretas, cegonhas, zero km, graneleiro, container,...) aguardando liberação, o que pode demorar dias...

Centenas de caminhões aguardando a Aduana em Sto. Tomé - San&Dan

Parados em filas duplas, triplas, para não perder o lugar - San&Dan

E a fila segue ainda mais... - San&Dan

Ponte Sto.Tomé (AR) / São Borja (BR) - San&Dan

Em solo gaúcho, atravessamos São Borja, cidade com casarios antigos, ruas estreitas e dificuldade de trafegar. Desistimos de ficar e fomos para rodovia.

Seguimos pela BR-285, em mau estado de conservação (buracos, depressões, e alto fluxo de trânsito), passando por Santo Antônio das Missões e depois, por bom acesso, chegamos em São Miguel das Missões. 

Portal de São Miguel das Missões - San&Dan

Simpática rodovia de acesso a São Miguel - San&Dan

Há permissão de estacionar próximo ao Sítio Histórico. Obviamente, não é permitido abrir toldo, fazer churrasquinho, pendurar roupas,... é apenas um estacionamento para visitar o parque (durante o dia ou o show noturno).

Como já estivemos na cidade há muitos anos, procuramos pelo mesmo local (o Hostel Internacional). Atualmente é a Pousada das Missões, que tem diminuto espaço disponível e permite motorhome de porte pequeno, desde que não abra toldo, não lave ou pendure roupas e respeite as normas próprias.

Pátio da Pousada das Missões - San&Dan

Quartos e áreas de lazer Pousada das Missões - San&Dan

Um pequeno espaço pode ser ocupado - San&Dan

Um pouco de História: As Reduções Jesuíticas:  entre 1609 e 1768, os jesuítas fundaram 30 cidadelas  em um território que era habitado pelo povo guarani, local hoje dividido entre Argentina, Paraguai, Brasil e Bolívia. Nenhum índio era forçado a aderir às missões, mas se quisesse viver ali, teria que se converter ao cristianismo e abdicar de alguns costumes tradicionais, como a poligamia.  Em algumas missões haviam até 10 mil guaranis, tutelados por apenas três padres jesuítas. Os índios também exerciam cargos administrativos e eram treinados para serem músicos, escultores, construtores,... As missões começaram a ruir em 1750 no solo brasileiro, quando o Tratado de Madri (pelo qual os portugueses trocaram sua Colônia do Sacramento por aquelas terras no atual Rio Grande do Sul) determinou que padres e guaranis atravessassem para o outro lado do rio Uruguai. Com a resistência dos jesuítas e índios em abandonar as cidades, tão bem construídas por décadas, os exércitos de Portugal e Espanha uniram-se, com 3.000 soldados trucidaram mais de 26.000 índios e destruíram suas edificações. Apenas na Batalha de Caiboaté foram chacinados 1.511 guaranis. Infelizmente, os interesses de políticos (reis) apagaram de nossa história uma civilização que muito teria contribuído para o desenvolvimento de cultura, evolução,.... (https://www.jesuitasbrasil.org.br)

Igreja Jesuítica São Miguel das Missões - San&Dan

Para poder visitar todo o local e resgatar informações, ficamos por três dias na cidade, submetendo-nos a uma brusca queda de temperatura com cerca de 03ºC e muita neblina nos amanheceres. Num dos dias, buscamos um peixe a milanesa no restaurante Meu Cantinho e, à tarde, pastéis e doces na Confeitaria Carla, ambos merecem citação pelo bom atendimento e qualidade do alimento. 

A visita às ruínas históricas é elucidativa, muito válida, embora seja flagrante a falta de manutenção dos locais. O gramado estava bem aparado, a segurança demonstra ser efetiva, mas as informações locais apresentam-se deterioradas (placas), o museu está fechado há anos (e nitidamente, faltam muitas peças se comparado há anos quando estivemos aqui), além de algumas ruínas estarem imersas no matagal, necessitando de um pouco de dedicação...

Monumentais dimensões (altura/largura) da nave central - San&Dan

Os portais na entrada, com belas pedras esculpidas - San&Dan

Igreja, campanário, que aos poucos, vai ruindo - San&Dan

A cruz jesuítica e a igreja ao fundo - San&Dan

Algo importante a ser analisado ao se visitar as ruínas: não havia outra mão-de-obra que não fossem os índios, não haviam máquinas ou equipamentos como atualmente.  Imaginemos a dificuldade em coletar, transportar, trabalhar (talhar e criar desenhos e esculturas) em pedra, com blocos que podem facilmente passar de 500kg (cada). A igreja, com suas milhares de pedras, a fachada em estilo barroco, com centenas de pedras esculpidas em baixo relevo, com os encaixes de canto e fechamento perfeitos. 

Delicadas esculturas na rocha - San&Dan

Provavelmente uma fonte de água, com esculturas - San&Dan

Os cantos, arredondados, em perfeito encontro - San&Dan

Muitas pedras simplesmente jogadas ao tempo - San&Dan

Decoração da igreja, com Sagrado Coração entalhado - San&Dan

Além das pedras, os jesuítas ensinaram os índios a entalhar e pintar santos e anjos, em madeira.  A única regra é de que não poderiam se auto-retratar, os traços precisavam  ser o mais próximo da figura original.

Em 2011 e 2016, fizemos um pequeno tour pelas Ruínas Jesuíticas na Argentina, veja em: (http://felizmotorhome.blogspot.com/2011/02/viagem-fevereiro2011-parte-1.html) e    (http://felizmotorhome.blogspot.com/2016/10/viagem-setembrooutubro-2016-parte-1.html

Enorme sino, de 1726, de ferro revestido em bronze - San&Dan

Alguns santos que restaram, no museu fechado - San&Dan

Local de celeiros e oficinas, agora apenas ruínas... - San&Dan

Árvore e pedras já se solidificaram... - San&Dan

Após este mergulho na história, seguimos para Panambi-RS, onde novamente, visitamos o admirável Museu Militar, que possui centenas de viaturas, aviões (dentre dois Boeing 737) e milhares de objetos. É extremamente elogiável a intenção do Sr. Steindorff na aquisição, restauro e exposição destes belos exemplares.

As belas paisagens de inverno - San&Dan

Museu Militar de Panambi-RS - San&Dan

Helicóptero, logo à entrada - San&Dan

Cozinhas móveis de acampamento - San&Dan

Viatura "Pata Choca" dos anos 50 - San&Dan

Simpático exemplar de viatura dos Bombeiros - San&Dan 
 
Ficamos algumas horas ali, admirando e revivendo um pouco da história (http://museumilitarpanambi.com.br/) .  Já fizemos esta visita há alguns anos, mas as dimensões estão bem maiores.  A visita vale a pena, recebem grupos (com agendamento), idosos e estudantes tem desconto ao apresentar comprovante.
Os Jeeps, de várias fábricas e modelos - San&Dan

O segundo Boeing 737 e tanques de guerra - San&Dan

Imenso avião Bufalo, para levar tropas ecargas - San&Dan

Uma das muitas joias da exposição - San&Dan

Fomos para a estrada e pernoitamos em Carazinho-RS, com indicação de amigos e, pela manhã,  seguimos para Vacaria-RS onde fomos a um supermercado muito conhecido na cidade, para reabastecer a despensa.

Infelizmente, ao passarmos pelo Caixa, após pagar a conta, verificamos que alguns produtos estavam com erro em seus valor, alguns até 100% a mais. Questionamos aos funcionários e informaram que o Gerente resolveria, mas não estava. A funcionária conferiu o ticket, nos deu razão, confirmou os valores alterados nos produtos, mas disse que infelizmente, teríamos que aguardar o gerente (talvez na segunda-feira?). 

Optamos por seguir viagem, mas questionamos:  se, uma pessoa furtasse um pão ou um pacote de arroz? chamariam a polícia e resolveriam imediatamente ou  precisaria do Gerente para resolver?  Porque foi exatamente o que fizeram:  furtaram nosso dinheiro, nos cobrando valores muito à maior.  Talvez devêssemos acionar a polícia, mas evitando maiores aborrecimentos, desistimos. 

Seguimos pela BR-116, que está em boas condições, mas com bastante trânsito. A partir de Lages-SC, a rodovia está melhor, pois conta com pedágio.  Já escurecendo, chegamos ao Posto Matinhos, na cidade de Papanduva-SC.

Posto Matinhos, Papanduva - San&Dan

Posto Matinhos - San&Dan

Noite bastante fria, manhã com neblina fechada, ficamos ali até a visibilidade melhorar.  Seguimos para Curitiba, pois queríamos visitar e adquirir alguns produtos na Decathlon. No entanto, ficamos decepcionados, não se pode comparar esta com as demais lojas da rede europeia.  Ali, nesta loja de Curitiba, as crianças faziam algazarra com patinetes, bicicletas, bolas de basquete e pingue-pongue, por toda a loja, atrapalhando e colocando em risco os demais compradores (idosos, grávidas...). E infelizmente, a "bagunça", tinha conivência dos  pais ou responsáveis. Mas, é sempre um aprendizado...

Após as 14h, seguimos pela BR-277, rumo ao litoral, infelizmente, houve um acidente com um caminhão container (no dia anterior), e estavam realizando a retirada.  Porém, fecharam as 02 pistas de descida da serra e, em pouco tempo, o congestionamento atingiu mais de 20km, sem qualquer possibilidade de retorno, sem posto de combustível perto, posto de pedágio desativado, caminhoneiros reclamando da perda do horário para chegar no Porto, crianças e idosos  ali, no sol, por quase 03 horas!!  Um total descaso com a população.

Congestionamento à frente, estávamos "quase" no começo... - San&Dan

Finalmente, pelas 19:30h, chegamos ao camping Beira Mar (em Pontal do Paraná), onde o Sr. Gilmar gentilmente nos recebeu.

Na manhã seguinte, já restaurados, apreciamos o belo nascer do sol no Atlântico. Foi uma sublime dádiva celestial para coroar os abençoados 5.000km rodados até então. Estacionamos próximos a um casal de alemães (de Karlsruhe, onde estivemos em 2017:  http://felizmotorhome.blogspot.com/2017/04/viagem-europa-parte-7_30.html),  que estão viajando pelo mundo a bordo de um Toyota Land Cruiser, com barraca de teto. 

As cores começam a se espalhar pelo céu - San&Dan

E o sol chegou, trazendo o novo dia - San&Dan

Vamos ficar uns dias por aqui, para descansar e decidir qual o próximo destino.

Até breve! 

São Miguel das Missões - Dan & San


4 comentários:

FERREIRA disse...

Bom retorno ao Lar e continuação
de bons passeios.Beijinhos

Daltro de Souza D'Arisbo disse...

Bela viagem, importantes mais 5 mil km na cultura.

Abrantes disse...

obrigado pela partilha.

Nayara disse...

Que excelente passeio esse! Repleto de visuais bonitos e histórias admiráveis de aprender e valorizar. A terra das Missões é um local que eu já estive muito perto de conhecer, mas por oportunidades deslocadas, nunca acabei conhecendo (ainda). Minha família reside um pouco perto (no noroeste gaúcho). Quem sabe em breve.
Apesar das intempéries, e nesta parte quantas foram!, vocês seguem no aprendizado constante e na vivência de experiências incríveis. Obrigada ao casal, queridos, por partilharem conosco de uma forma tão rica e cultural! É muito gratificante acompanhá-los.
Grande abraço.
Nayara